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Faec discute medidas contra entrada irregular de produtos lácteos no Ceará

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) realizou nesta terça-feira (17) uma reunião com representantes do setor de laticínios, de supermercados e do governo estadual para discutir medidas contra a entrada irregular de produtos lácteos no Ceará. Entre os principais problemas dos produtos clandestinos estão: sonegação de impostos, ausência de inspeção sanitária e concorrência desleal com produtores rurais do Estado.

“Apenas em 2022, entraram clandestinamente no Ceará 1,2 milhão de quilos de queijos provenientes de outros estados. Boa parte desse produto não passa por inspeção”, disse o presidente dsa Faec, Amílcar Silveira. “São queijos irregulares com imposto sonegado em detrimento do produtor rural daqui, que deixa de vender seus produtos para a indústria laticínia e para o comércio varejista”. O problema, diz Amílcar, prejudica cerca de 80 mil cearenses que vivem da atividade leiteira.

O evento contou com a participação do presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro; do presidente do Sindlacticínios, José Antunes Mota; do assessor jurídico da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), Gustavo Vicentino; do deputado estadual Felipe Mota; do prefeito de Iracema, Celso Gomes; além de presidentes sindicais e produtores rurais.

Regularização
Durante a reunião, José Antunes destacou que outro gargalo do setor é a burocracia para regularização de laticínios no Estado. “Burocracia que desencoraja os produtores a se regularizar”, disse. “Hoje temos cerca de 1.500 queijarias que precisam ser regularizadas”.

No mesmo sentido, o presidente da Acesu, Nidovando Pinheiro, disse que a falta de regularização é um dos fatores que impede as redes de supermercados de oferecer produtos locais. “Nós, do varejo, queremos valorizar a indústria local, mas para isso é preciso que os produtos estejam regularizados, para que possamos oferecê-los nas gôndolas”.

Quanto ao combate à entrada de produtos clandestinos, Gustavo Vicentino disse que a Adagri vem atuando em conjunto com órgãos dos estados de origem desses produtos, como Pará, Maranhão e Pernambuco.