O Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Flávio Saboya, participou na última terça (28) da entrega do do Plano Agrícola e Agropecuária (PAP) da Confederação Nacional da Agriculta (CNA) ao Ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
As prioridades solicitadas pela CNA são aumento de 13,5% nos recursos disponíveis para custeio – R$ 170 bilhões em comparação aos R$ 149,5 bilhões destinados à safra atual – e redução das taxas de juros.
“A tendência é de baixa na inflação, o que é bom para o país. Agora, se nós não atentarmos também para melhorar os índices de juros aplicados ao setor agropecuário, vamos ter taxas de juros reais extremamente altas, o que é inviável para nós”, disse o vice-presidente diretor da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner, durante a apresentação ao ministro.
O documento de 57 páginas foi elaborado após reuniões com o setor produtivo em seis estados do Brasil (Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Rondônia) e validado pelas instituições que integram o Conselho do Agro.
A reunião também contou com a presença do superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucchi, e pela assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes.
“Estamos fazendo o Plano Safra agora e vamos avaliar essas propostas, com toda certeza. Poderá contribuir muito e nos balizar nesse processo. Foram várias audiências, por vários estados, buscando informação e a opinião dos agricultores. Aqui, na casa da Agricultura, temos o dever de ouvi-las”, afirmou o ministro Blairo Maggi.
Programas – Outra demanda destacada na proposta da CNA é a priorização de três programas de investimento: o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), o Programa para Redução de Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (Programa ABC) e o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra).
A ideia é manter os recursos disponibilizados ao PCA da safra anterior, R$ 1,4 bilhão, mas com redução das taxas de juros para 4,5%. Na safra 2016/2017 os juros cobrados foram de 8,5%, o que inibiu a tomada de recursos pelo produtor.
“Temos um problema logístico e de infraestrutura no Brasil que, no nosso entendimento, não vai ser resolvido num curto e médio prazo. Todas as regiões do Brasil foram unânimes em apontar o PCA como um programa extremamente importante, mas ele precisa ter algumas taxas de juros diferenciadas, exatamente pelo retorno lento na questão do armazenamento”, afirmou José Mário.
O vice-presidente da CNA avalia que o ministro foi “muito receptivo” às propostas apresentadas. Ele pondera que o encaminhamento depende de uma negociação com a área econômica do governo federal, mas que acredita no avanço das solicitações, principalmente em função do que o setor agropecuário tem representado para o Brasil.