Como reconhecimento pelo incentivo ao autocuidado de seus colaboradores que, o movimento Outubro Rosa Ceará, concedeu ao Senar-CE, no dia 19, o Selo Rosa, Selo de Compromisso. “A instituição é antenada com o social e tem compromisso com a saúde das mulheres e homens do campo,” frizou a coordenadora do movimento Outubro Rosa Ceará, Valéria Mendonça.
Outubro é o mês dedicado à conscientização do câncer de mama que acomete mulheres e homens. Para levar informações sobre a doença e dicas de autocuidado que o Sistema FAEC/SENAR – CE reuniu seus colaboradores para um encontro com Valéria Mendonça, ativista das causas sociais e feminista que desenvolveu um método diferenciado para falar da doença e da saúde mental.
“Lamentavelmente, a conta está chegando agora para as pessoas que por medo do avanço da pandemia da Covid-19 não deram a devida atenção aos sinais de alerta para o desenvolvimento do câncer de mama. A descoberta tardia da doença em um estágio mais avançado, oferece um risco ainda maior,” alerta a coordenadora.
O Instituto Nacional de Câncer estima que até o final de 2021, o Brasil deve registrar mais de 66 mil novos casos. Contudo, cerca de 30% das ocorrências podem ser evitadas com a adoção de hábitos saudáveis e, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura.
“É uma felicidade enorme receber o Selo Rosa na nossa instituição. Para nós que levamos conhecimento às mulheres e homens no meio rural, receber informações qualificadas nos permitirão multiplicá-las através dos nossos programas e ações. Será também uma contribuição do Senar à causa do movimento Outubro Rosa,” disse a superintendente do Senar-CE, Ana Kelly Claudio.
Doença violenta
“O câncer é devastador, mata muito e é potencializado pelo estilo de vida,” explicou Valéria Mendonça. Para ela, o estresse é o desencadeador do câncer de mama, uma doença psicossomática, causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos, surge com muito mais força em mulheres jovens e, em alguns casos, em homens.
Segundo a coordenadora do Outubro Rosa, 76% das mulheres são largadas pelos homens no período em que enfrentam a doença. “Além da saúde fragilizada, a violência contra a mulher é forte,” ressaltou Mendonça.
Nas Américas, estima-se que a cada ano 2,9 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a doença na região, com a morte de 1,3 milhão, segundo informações de 2018 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A maior taxa de mortes por câncer no continente ocorre prematuramente em pessoas com 65 anos de idade ou menos, de acordo com a OPAS. A organização prevê que até 2025 os casos de câncer aumentarão para mais de 4 milhões de novos casos e 1,9 milhão de mortes.
O câncer de mama em mulheres superou o câncer de pulmão como o mais comumente diagnosticado no mundo, de acordo com um novo relatório. O artigo, publicado no Cancer Journal for Clinicians, estima que houve cerca de 2,3 milhões de novos casos em 2020, representando 11,7% de todos os novos casos de câncer.
Os cinco cânceres mais frequentemente diagnosticados, de acordo com o relatório, foram os de mama feminino, de pulmão, colorretal, de próstata e de estômago.
A importância de hábitos saudáveis
A adoção de alguns cuidados como a prática de atividade física por até 30 minutos por dia, manutenção adequada do peso corporal, evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas e alimentação saudável, podem evitar cerca de 30% dos casos, conforme orienta o Instituto Nacional de Câncer.
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, elevando a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com melhores taxas de sucesso.
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.
Quando fazer o exame?
Segundo o Ministério da Saúde, a mamografia de rastreamento, um exame de rotina para quem não tem sintomas do câncer de mama, deve ser feita a cada dois anos por todas mulheres com idade entre 50 a 69 anos.
Alguns grupos específicos, como mulheres mais jovens com histórico familiar de câncer de mama, podem fazer exames anuais para rastreamento, como a ressonância magnética (mais precisa do que a mamografia em mulheres mais jovens), a depender da orientação médica.
Em relação à faixa etária que deve fazer a mamografia de rastreamento, a SBM tem uma divergência com o Ministério da Saúde, defendendo que esta comece aos 40 anos seja anual, e não bienal a partir dos 50.
Além da mamografia de rastreamento, existe a mamografia diagnóstica, para quando há sintomas e lesões suspeitas detectadas na mama.