Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL

BNB faz mutirão no interior para renegociação de dívidas rurais e FAEC propõe estabelecer prazo até maio de 2015

O Banco do Nordeste do Brasil – BNB com o apoio da Federação da Agricultura ePecuária do Estado do Ceará-Faec, através dos sindicatos rurais, iniciou no dia 31 de outubro último, na cidade de Quixadá, e no dia 11 de novembro na cidade de Itapipoca, uma série de mutirões com produtores rurais, visando a renegociação de dívidas em atraso, que deve prosseguir até dezembro. O tema foi assunto, da reunião de hoje, 18, do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense- AGROPACTO, promovido pela FAEC, e segundo a gerente de desenvolvimento territorial do BNB, Francisca Jeane Robério Gomes, somente na cidade de Quixadá, mais de 200 produtores compareceram para realizar a negociação, e em Itapipoca ,179 produtores, aumentando a meta de renegociação do Banco de 47,3% para 50,9%, o que considera como uma experiência exitosa.

Estão programados para o mês de novembro os seguintes mutirões: dia 19 -Itapagé, dia 20-Marco e dia 21, na cidade de Morrinhos. A meta do BNB é chegar até o final do ano, com pelo menos 2 mil atendimentos.

Segundo Jeane Gomes, o BNB oferece hoje aos produtores rurais uma série de leis eresoluções no tocante à renegociação de dívidasrurais, envolvendo pequenos, médios e grandes produtores, ressaltando que o Banco cumpre o que determina o Banco Central, mas que está dialogando cada vez mais para melhorar as alternativas.  Desde o ano passado, a Faec vem tentando novas alternativas junto aos agentes financeiros, mantém em sua sede um consultor da CNA, e buscou inclusive o apoio da Assembleia Legislativa do Ceará, da bancada federal, e ultimamente propôs a realização   de mutirões, numa medida de que os produtores estão buscando soluções para os seus problemas, disse Flavio Saboya, Presidente da Faec.

Faec pede renegociação até maio de 2015

Na ocasião o presidente da FAEC,Flávio Saboya, comunicou aos produtores rurais e presidentes de sindicatos presentes à reunião do Agropacto, que solicitou  à  Confederação da Agricultura  e Pecuária  do Brasil- CNA,por intermédio do Ministério da Fazenda a prorrogação  de algumas  das resoluções que tratam  da renegociação de dívidas rurais até  maio do próximo ano, quando se define a quadra invernosa. Os produtores não estão suportando três anos de seca, merecem mais uma chance, alguns estão desesperados ao ponto de perderem suas propriedades, ressaltou.

Saboya  comunicou ainda, que no  próximo dia 20, o presidente do Banco do Nordeste do Brasil,   estará recebendo em Fortaleza, o ministro da Agricultura Neri Gueler, para a  assinatura de um termo de cooperação tratando ainda da  renegociação de dívidas rurais, com a  interveniência  da CNA, envolvendo todos os presidentes de Federações  do Nordeste, com a participação também de representantes do SENAR-CE, já que essa cooperação envolve  a capacitação dos produtores rurais, a ampliação  dos mutirões também estará em pauta e o  financiamento para o desenvolvimento de pastagem para o rebanho. Saboya disse ainda que sonha com a criação pelo Ministério da Agricultura das câmaras de negociação, envolvendo um representante do Banco e outro dosprodutores rurais. “Convido a todos os produtores e presidentes de Sindicatos a participarem desta reunião quinta-feira próxima, é um momento muito importante para a agropecuária nordestina”, disse Saboya.

Debates

No segundo momento da reunião do Agropacto, foram iniciados os debates com os presentes, a começar pelo presidente do Sindicato Rural de Ibaretama, Carlos Bezerra, que lamentou que há muito tempo se discute a renegociação de dívidas, e que hoje já existem mais de 30 leis regulamentando o assunto o que acaba confundindo muito o produtor, ele reclamou também da falta de alcance dos recursos doFNE, que deveriam chegar mais perto do produtor.

Franzé Ribeiro, Eng.ºagrônomo e secretário  de Agricultura e Meio Ambiente  de Horizonte,  disse que nestes 14 anos a parceria com o BNB foi muito importante com os produtores rurais, mas lamentou que hoje o acompanhamento seja feito por consultores e não mais por técnicos do Banco, lamentou também que as renegociações acontecem há muito tempo, sem uma solução viável para o produtor que vive no semiárido, sujeito as intempéries da seca e prejudicando os municípios que não estão incluídos na região semiárida, assunto que já foi tratado pela Faec junto aos deputados estaduais, que estão solicitando a inclusão do restante dos municípios, cerca de 33,  na região semiárida. Segundo JeaneGomes, o FNE já emprestou este ano mais de 2 bilhões aos produtores rurais.

A produtora rural Ivanete Diógenes, de Jaguaretama, viúva do produtor José Coelho Pinheiro Diógenes, muito emocionada deu seu depoimento, de que após a morte do marido assumiu a “cruz” dadívida do Banco do Nordeste desde 2009, depois surgiu a renegociação de 2012, para pagamento em 10 anos, que já venceu em dezembro de 2013, surgindo então um novo reenquadramento, e este ano, ela já recebeu a notícia de que terá sua propriedade executada.  Edilson Castro, foi outro proprietário no município de Itapipoca, que também reclamou das diversas formas de renegociação.