Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL

AGROPACTO DISCUTE DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA CAJUCULTURA

Regressão da atividade preocupa produtores e FAEC lança  Frente da Cajucultura  no Ceará DSC_2875O estado do Ceará já foi  o segundo maior exportador de castanha de caju,agora estamos na 1Oº posição, teve 25 indústrias agora são apenas 5  e emprega  cerca de 120 mil pessoas no campo, mas  já chegou  a empregar mais de 200 mil pessoas  Segundo dados do IPECE, em  200O  o Ceará exportou 28,2 mil toneladas de castanha e em 2016, foram exportadas 12,2 mil toneladas . Apesar da regressão na produção e produtividade o  caju é um grande negócio, desde que sejam estabelecidas com políticas focadas na cadeia como um todo para incorporação do diferencial tecnológico brasileiro, integração  de produção e processamento e aproveitamento integral do caju. Esta foi a conclusão da apresentação feita hoje, 22 , na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecúaria Cearense -Agropacto, pelo chefe adjunto da Embrapa Agroindústria Tropical,  Gustavo Adolfo Pinto. Segundo Aldelito Oliveira, representante do Sindicato   das indústrias de castanha de caju do Ceará, hoje funcionam no Estado quatro(4)   empresas e cinco(5)  indústrias:  Cione, Usibras,Resibras e Amêndoas do Brasil –  com capacidade de produção de 120 t0n /ano,   produzindo hoje em torno de 70 mil ton , sendo que 50% é importado da África.   Caravanas de  Produtores, Beberibe, Ocara, Horizonte,Tejussuoca, Morada Nova, Morrinhos, Aracati,  Paracuru, Marco, secretários de agricultura de vários municípios,  presidentes de sindicatos  dos produtores rurais de Moriinhos, Ibaretama, Horizonte, Morada Nova, Viçosa do Ceará  e  Caucaia, representantes da SDA , BNB, BB, SEBRAE, ADECE,EMATERCE CONAB, participaram da reunião promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará,-FAEC,  com a participação dos deputados federais Raimundo Gomes de Matos  e do estadual , Manoel Duca da Silveira.   DSC_2861

No final da reunião, foi lançada pelo Presidente da  FAEC e coordenador do Agropacto, Flávio Saboya, a Frente da Cajucultura Cearense, que contou com a assinatura de mais de 80 produtores e representantes de instituições públicas e privadas . O deputado federal Raimundo Gomes de Matos, que integra a subcomissao de agricultura e políticas de desenvolvimento sustentável na Câmara Federal, presente ao Agropacto,  ressaltou que a meta até dezembro ē criar uma política nacional para o caju e  estabelecer o Funcaju . Segundo  ele, o ministro da Agricultura  já foi comunicado e já  designou membros para este grupo de trabalho bem como, os  ministérios  da Fazenda  e do  Trabalho já foram  contatados .  Para ele, é importante buscar o apoio dos estados  do Ceará, Piauí,Rio Grande  do Norte  e uma solução definitiva para a queda da produção do caju nestes estados.

O parlamentar sugeriu ainda, a  formação dentro da Frente Parlamentar da Agricultura   na câmara federal  e de uma Subcomissão permanente da agricultura sustentável, com nove deputados, ele  já conseguiu 5 deputados e  tem que ser constituída  até dezembro deste ano.  Segundo o parlamentar , esses dois instrumentos são necessários, para formatar  a política nacional do segmento da cajucultura .  Já o deputado estadual  Manoel   Duca da  Silveira, disse que já existe a subcomissao do caju na Assembleia Legislativa do Estado , mas que precisa de apoio técnico para desenvolver os trabalhos, inclusive fazer seminários em regiões do estado, estamos apostos para ajudar no que for preciso , disse ele.No Baixo  Acaraú, ele disse que este ano há uma perspectiva de boa produção de caju ,pois ocorreram algumas chuvas nos pomares, inclusive  algumas fabriquetas de suco de caju que  poderão ser ampliadas . Lamentou que Bela Cruz que tem uma indústria de caju , ficou de fora da área do semiárido, informando que o Ceará já teve  mais de 20 indústrias  e hoje apenas cinco  funcionam.

EMBRAPA TEM A  BASE CIENTÍFICA   DSC_2885

Em sua palestra, Gustavo Pinto da EMBRAPA Agroindústria Tropical, com sede em Fortaleza.,   lançou  os maiores  desafios dentro do cenário da cajucultura no Ceará, entre eles citou:  a ampliação  da base técnico-científica, incorporação de tecnologias desenvolvidas para o campo, substituição extensiva do cajueiro comum gigante pelo cajueiro anão, capacitação técnica, integração  do setor de produção as diferentes indústrias e  aproveitamento integral do caju ( castanha e pedúnculo).   Temos um novo patamar tecnológico,  o que precisa é  implantar uma estrutura para fazermos uma cajucultura moderna e competitiva , o homem ter a consciência de que precisa aprender  mais e mudar , disse o chefe da Embrapa Agroindústria Tropical,  Lucas de Sousa,indicando que  é preciso no mínimo,  dobrar a produção, o primeiro clone de cajueiro foi lançado pela EPACE em 1983, com a tecnologia do cajueiro anão precoce, hoje  75 % do cajueiro do estado ainda é dentro do mato, extrativo. Esse é o tamanho do nosso desafio, a mudança de paradigmas  do homem tem que ocorrer, cajucultura  é castanha, é  pedúnculos, é suco, é qualidade, visando a competitividade da cadeia produtiva, ressaltou.   Na visão da   Embrapa Agroindústria Tropical  para 2037, a  política do  caju para funcionar precisa ser discutida como cadeia produtiva, temos que aumentar a produtividade , aplicar a   tecnologia desenvolvida pela Embrapa , é possível  hoje produzir  mil quilos em sequeiro e três mil quilos em áreas irrigadas. Produzir aproximadamente 500.000 toneladas de castanha, aumentar o rendimento do caju  /castanha para 28% , participar 5% no  mercado mundial de amêndoas , produzir suco  clarificado , desaromatizadas , concentrado de caju,  hambúrguer de caju. Além disso o caju  poder ser utilizado como potente  oxidante.   PRODUTORES E INDÚSTRIA OPINAM   O  coordenador da câmara  setorial da cajucultura junto à ADECE,  professor José Ismar Parente , pediu uma maior integração das instituições e dos representantes dos 4  Polos da cajucultura no Ceará, ”  o que precisamos é torná-la mais competitiva em relação aos mercados internacionais”  , disse ele. O  presidente  do SINCAJU, Paulo de Tarso Meyer que representa o setor há 21 anos, lamentou a falta  de assistência técnica ao produtor, o que produziu a  doença chamada ” oídio “.  Ano passado tivemos uma produção de  39 mil toneladas de caju ,   este ano deverá chegar a    59 mil  toneladas , mas se houvesse orientação técnica e a eliminação  da mosca branca ,  essa produção poderia ser o dobro,disse Paulo de Tarso..   Na opinião do representante da indústria do Ceará, Adeliro Nogueira temos hoje pomares consolidados em torno de 400 mil hectares e no Brasil 700 mil hectares, sendo a maior área plantada do mundo,  embora não sejamos os maiores produtores  temos tecnologia gerada pela Embrapa, o que está faltando é  investimento público e privado . Segundo ele, as  indústrias que estão sobrevivendo hoje é com a produção  outros países, considerando que é possível reverter essa situação sendo  importante a formação da Frente Parlamentar   do Nordeste,  a indústria dará  apoio, ressaltou .   O presidente da ASCAJU, engenheiro agrônomo Francisco José de Sousa, sugeriu que a palestra da Embrapa fosse feita para a cúpula do governo federal e da assembleia, para uma tomada de decisão . A cajucultura gera  de 100 a 150 mil empregos , precisamos virar o jogo, o que falta é  decisão política, tecnologia e solos adequados nós temos, a cajucultura com quatro  vertentes a ser atacada nesse momento, a curto prazo, ele  citou a assistência técnica dirigida,  acompanhamento da distribuição de mudas que a Ematerce faz. Saímos  do extrativismo, apenas para o semiextrativismo, atiramos no pé, e nós  técnicos e governo  somos  responsáveis por esta situação, disse Franzé de Sousa. Ele sugeriu inclusive,   ampliar os programas propostos pela EMBRAPA para outras regiões, sendo necessário para isso decisão política.

XXX  CONGRESSO DE AGRONOMIA LANÇADO NO AGROPACTO

20170822_081756O XXX Congresso Brasileiro  de Agronomia-CBA  foi lançado hoje, 22, durante reunião do Agropacto. O presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Ceará-AEAC, Flávio Barreto Melo,  apresentou  a programação cujo tema principal será : Segurança hídrica , um desafio para os engenheiros agrônomos, com cinco eixos temáticos,  cerca de 21 palestras, um fórum dos coordenadores dos cursos de agronomia , uma mesa redonda e  7 visitas técnicas . Segundo ele, a expectativa é contar com a presença  de cerca de 1.200  engenheiros agrônomos e estudantes de agronomia de diversos estados do país. O Estado do Pará já está com 220 inscritos. O CBA  deverá bater  recorde em apresentação de trabalhos científicos, já são mais de 800 trabalhos que serão classificados  e publicados  nos  anais do congresso.   Maiores informações:   Presidente da FAEC : Flávio Saboya:9-92130613 Presidente do CBO- Flávio Barreto- 9-9982.25.00