Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL

Presidente da FAEC apresenta propostas para enfrentamento da Violência no Campo

Furtos estão chegando com violência no campo

O Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado, Flávio Saboya  apresentou nesta quinta-feira, 7, durante o  Seminário Internacional sobre Segurança Pública promovido pela Assembleia Legislativa  do Ceará, oito  sugestões  que considera importantes dentro da questão levantada pelo  Fórum sobre Violência no Campo, que fêz a seguinte indagação : O que fazer quando a insegurança chega ao campo?

Segundo Saboya os furtos estão chegando com violência no campo e as drogas também já são uma realidade no meio rural, merecendo uma atenção maior do Poder Público. A criminalidade vem crescendo nas propriedades rurais, nos últimos anos, mantendo um risco constante aos bens e a segurança pessoal dos produtores rurais e de suas famílias que, lamentavelmente, não mobiliza a atenção da mídia, da sociedade urbana e dos poderes constituídos para essa realidade, disse o Presidente da FAEC. O Forum contou  ainda,   com a participação da Delegada de Policia Civil, Geovana Holanda e da  produtora Rosângela Moura, Secretária de Política Agrária da FETRAECE e teve como moderador o jornalista Salomão de Castro, presidente da ACI.

Flávio Saboya lembrou o  artigo 196 da Carta Magna, que trata da Saúde e do artigo 205, que aborda a Educação, onde  foram usadas as mesmas expressões do artigo 144 que trata da Segurança. Todavia, os tratamentos não são isonômicos para os três assuntos mais caros para a nossa população: Segurança, Saúde e Educação. o que se observa é que uma parcela importante da sociedade brasileira – os produtores rurais e os trabalhadores rurais – está esquecida no seu direito básico e fundamental à segurança.

Esse quadro de omissões e de confusão quanto às atribuições dos poderes constituídos, tem servido de combustível para o crescimento e o avanço da criminalidade a partir dos grandes centros urbanos, invadindo as pequenas cidades e acabando com a paz do trabalhador no campo, disse Saboya.

Também, o pior é que apenas quem tem sofrido a violência no meio rural é quem sabe da sua existência, pois o restante da sociedade brasileira, praticamente, ignora o surgimento desse fenômeno na vida do homem do campo. Não existem dados nem dimensão do problema.

Sugestões apresentadas pela FAEC

01 – Coleta, em separado, pelos Órgãos de Segurança Pública, de dados estatísticos que mostrem o trabalhador e o produtor rural como vítimas de violência;

02 – Dar publicidade às informações sobre a insegurança no campo;

03 – Levar ao campo o combate às drogas, evitando o crescimento do número de usuários, o aliciamento de jovens para o tráfico e, consequentemente, para a criminalidade;

04 – Implantação de Batalhão de Policiamento Rural nos municípios e criação de Delegacias Distritais no meio rural;

05 – Criação de Patrulhas Rurais ostensivas

06 – Implantação de uma Unidade de Inteligência Policial voltada para o campo, no combate à criminalidade;

07 – Criação de um Espaço Virtual que permita aos produtores e trabalhadores rurais relatarem ocorrências de crimes e violência no campo, com a utilização de um formulário digital;

08 – Desenvolvimento de ações estratégicas de policiamento, em função das condições inerentes ao meio rural;

OBSERVATÓRIO DA CRIMINALIDADE

Flávio Saboya  apresentou ainda o estudo desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA,  através do Observatório da Criminalidade

 que fez um levantamento completo  em todas as 27 Unidades da Federação, destacando o tipo de violência mais comum no meio rural que é o furto (49%), seguido de roubo(33%), Depredação (12%), Queima e Assassinatos ( 3%). Aliado a esse dado, o Observatório identificou que a atividade de pecuária de corte é a mais atingida ( 35%), a pecuária de leite ( 18%),  produção de grãos (13%).  Ele aproveitou para denunciar que uma área do Açude Castanhão vem sendo utilizada por bandidos para confinarem  animais  roubados das Fazendas e que  o fato foi denunciado a Policia, mas  o  caso continua se repetindo . Segundo disse, os crimes praticados no campo aqui no Estado do Ceará não são computados separadamente dos demais, fato que não permite um diagnóstico preciso sobre a real situação. Isso ocorre também  com mais 11 Estados, entre eles,  Alagoas, Bahia, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro. Nesse sentido, a CNA criou um telefone do Observatório do Campo, que permite a comunicação por Whatsapp:

Outro dado apresentado pelo Observatório da Criminalidade da CNA é que os crimes ocorrem  em  propriedades mais próxima  à sede do município.  Quanto à distância é de apenas 20 km, o índice de criminalidade atinge 37% e quando a propriedade fica a mais de 100 km, o índice cai para 1%. O Presidente do Sindicato Rural de Horizonte, Franzé de Sousa, presente ao Seminário, deu seu testemunho que tem uma fazenda numa localidade  próxima à cidade de Horizonte, que fica à 40 km de Fortaleza, que  já foi roubado várias vezes, bem como  outros produtores da Região, que tiveram animais roubados, veículos e equipamentos agrícolas. Franzé parabenizou a Assembleia por esse Seminário, porque a violência ela já chegou de forma acelerada também no campo, principalmente nos  municípios que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza, e que a pesquisa da CNA é verdadeira, quanto mais próxima da cidade mais violência no campo. Ele sugeriu que a Segurança Pública monte imediatamente um plano de curto, médio e longos prazos, pois as drogas já chegaram no campo. O vice-presidente do Sinrural de Viçosa do Ceará, Tarcisio Fontenele, a secretária de Agricultura de Horizonte, Silvana  Santana, produtores rurais de Pacoti, Palmácia, Fortaleza, advogados, ex-policiais, estudantes  participaram dos debates.

 

Maiores Informações: Flávio Saboya: 9-92130613