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Meteorologistas esperam chuvas na média ou acima da média para o Ceará em 2025

Em evento promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), para cerca de 1.000 produtores rurais, três dos principais meteorologistas do Brasil apresentaram seus prognósticos para a quadra chuvosa do Ceará em 2025. A expectativa, segundo os especialistas, é de que o Estado registre chuvas dentro da média ou acima da média.

O evento, realizado dentro da programação da 17ª edição do FestBerro. contou com a participação de:

Ronaldo Coutinho (meteorologista, fundador da empresa de previsão meteorológica Climaterra e do Canal do Tempo);
Luiz Carlos Molion (meteorologista, pesquisador e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas), e;
Antoniane Arantes (engenheiro agrícola e especialistas em análise de dados climáticos, responsável pelo boletim de hidrometeorologia do Estado de São Paulo – CATI-SAA/SP).

Antoniane Arantes projetou um volume de chuvas dentro da normalidade para 2025. “A expectativa é que tenhamos um ano de La Niña, portanto a gente espera que seja um ano de normalidade. Recomendamos aos produtores rurais que realizem seus plantios dentro da normalidade das condições de chuvas da sua região”, disse. Arantes recomendou que o produtor adote práticas de conservação do solo em suas propriedades para favorecer a criação de microclima.

 

Luiz Carlos Molion, por sua vez, disse que as condições de chuvas para o sertão cearense serão boas tanto no final deste ano como em 2025, o que deverá contribuir para recuperar parte do que foi perdido em 2024, mas discordou de que essa expectativa se deva à ocorrência do La Niña. O meteorologista afirmou que as chuvas no Ceará em 2025 dependerão da interação das frentes frias dos hemisférios Norte e Sul, com boas perspectivas para o Estado. “Não acredito que haja condições para termos uma La Niña”, disse.

Molion disse ainda que a tendência é que não sejam registradas secas severas nos próximos 10 anos no Ceará. E sugeriu a adoção de cultivos de plantas resistentes à seca, como a “tuna” (cacto mexicano) e o sorgo granífero, alternativas para áreas com baixa disponibilidade hídrica.

 

Ronaldo Coutinho, que participou por videoconferência, também confirmou as expectativas favoráveis para a quadra chuvosa no Ceará em 2025, destacando a expectativa de chuvas acima da média entre janeiro e março e dentro da média, a partir de abril. Coutinho alertou ainda para os microclimas na região centro-sul do Ceará, que podem apresentar variações significativas de índices pluviométricos, de modo que o produtor não deva se precipitar no plantio.

De forma geral, os meteorologistas indicam boas condições para a agricultura em 2025, com expectativa de chuvas favoráveis ao Ceará e ao Nordeste. O prognóstico diverge da expectativa da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que antecipou sua previsão para novembro, indicando 45% de chance de chuvas abaixo da média para o período Dezembro-Janeiro-Fevereiro.

Importância do evento
O presidente da Faec, Amílcar Silveira, destacou que o principal objetivo do evento é oferecer ao produtor rural cearense outros estudos, além dos já fornecidos pela Funceme, com antecedência suficiente para o planejamento da plantação e colheita. “Trouxemos três dos principais especialistas em análises meteorológicas do Brasil para apresentar seus prognósticos e ajudar o produtor a tomar sua decisão”, disse Amílcar. “No ano passado, a Funceme errou e resolvemos trazer outras opiniões. E escolhemos Tauá porque aqui está o povo que precisa acertar suas previsões para conviver com a seca”.

O evento também foi uma oportunidade para estreitar o diálogo entre meteorologistas e produtores, visando garantir que a agropecuária cearense se prepare adequadamente para as condições meteorológicas.

Confira o vídeo com a íntegra do evento: