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Ceará mostra pesquisa do “Forrageiras para o Semiárido

O desempenho do estado do Ceará no projeto “Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável”, foi apresentado durante o Dia de Campo Virtual, na tarde de ontem, quinta (27).

A iniciativa é uma parceria da CNA com a Embrapa para desenvolver espécies forrageiras adaptadas ao clima seco da região como alternativas de alimentação e nutrição para a pecuária no Nordeste e norte de Minas Gerais.

A Unidade de Referência Tecnológica (URT) no Ceará foi instalada no município de Ibaretama, no sertão central cearense, a 133 quilômetros de Fortaleza. A área apresenta solo de textura areno-argiloso e a época chuvosa acontece de março a junho, com precipitação média de 700 milímetros ao ano.

“É um projeto muito importante para o nosso estado. Juntamente com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), estamos conseguindo levar conhecimento aos técnicos e produtores rurais  para alcançar o nosso objetivo, que é melhorar os nossos rebanhos a partir da alimentação”, disse o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) do Ceará, Sérgio Oliveira.

 

 

O responsável técnico pela URT de Ibaretama, Giovani Rodrigues, apresentou os principais resultados dos experimentos ao longo dos quatro anos do projeto. Na área das culturas anuais, foram plantadas duas variedades de milho, duas de milheto e duas de sorgo, todas com foco na produção de silagem como reserva estratégica de forragem. No caso das gramíneas perenes, foram implantados seis tipos de capins cultivados em parcela solteira e também consorciadas com moringa ou gliricídia. Nas cactáceas, a Orelha de Elefante Mexicana se destacou com a produção de 40 toneladas de matéria fresca por hectare/ano, além de registrar maior resistência ao ataque de pragas e doenças.

Outro estudo realizado foi com variedades de plantas lenhosas. O melhor desempenho foi da Gliricídia, que teve maior sobrevivência, menor ataque de pragas e doenças e maior produção de forragem.

Na opinião do professor Magno Cândido, da Universidade Federal do Ceará (UFC), não existe uma forrageira “milagrosa”, como muitos produtores acreditam. Ele ressalta que é fundamental estudar as opções no cardápio forrageiro e utilizar as variedades de forma estratégica, conforme a melhor adaptação ao clima e solo da área.

“Não tem um único capim que vai resolver todos os problemas. É preciso buscar a combinação mais adequada para cada fazenda, lembrando que o manejo é tão importante quanto a escolha”, declarou.