Por ANDRÉ SANCHES – Diretor de Inovação e Conhecimento do Senar e diretor-geral da Faculdade CNA
Alimentar é construir o futuro. E para essa construção é preciso que profissionais na linha de frente da agropecuária estejam cada vez mais preparados para enfrentar os enormes desafios em um ambiente de mudanças constantes no Brasil e no mundo.
A pandemia mundial do coronavírus, além de todas as consequências sanitárias, trouxe impactos profundos no mercado de trabalho. Em 2021, o Brasil registrou taxas significativas de desemprego. Apesar dessa situação, o agronegócio conseguiu gerar mais de 165 mil novas vagas até novembro, o que significou um aumento de 147% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população ocupada com atividades do agro no terceiro trimestre de 2021 chegou a 9 milhões de pessoas, número bastante superior ao do mesmo período em 2019, antes da crise sanitária. Apesar desse desempenho, o setor demanda cada vez mais mão de obra qualificada, sobretudo com foco na gestão da produção agropecuária, na gestão de pessoas dentro das propriedades e das agroindústrias e na gestão ambiental dos negócios rurais.
O que fazer, então, para inserir profissionais qualificados nesse mercado de trabalho promissor? O primeiro passo, sem dúvida, é a qualificação profissional. Mesmo com a demanda por mão de obra em alta no campo, não será qualquer perfil profissional que estará apto para a inserção no mercado
O universo do mercado de trabalho no agro não engloba só a produção propriamente dita e suas complexidades inerentes, mas também toda uma cadeia produtiva que vai da produção à distribuição de insumos, pesquisa, crédito, e envolve ainda todo um setor de armazenamento, logística de distribuição, transporte e comercialização (interna e externa). Todos e cada um desses elos são regidos por um ambiente regulatório e organizacional próprios.
Dessa forma, e diante da amplitude de conteúdos e possibilidades de inserção no mercado de trabalho, é fundamental que se busque uma formação adequada. Os cursos técnicos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) (http://etec.senar.org.br/), por exemplo, são ótimas oportunidades para quem busca um trabalho dentro da porteira, ou seja, voltado à produção diretamente. Melhor ainda se o curso trouxer, além das questões produtivas em si, um conteúdo em gestão da propriedade e da atividade produtiva.
Outra frente são os cursos de graduação para quem busca uma visão ampla sobre o setor agropecuário, sua importância para a economia brasileira e sua inserção no mercado internacional. Esses cursos qualificam a mão de obra e garantem que os profissionais estejam aptos para assumir cargos táticos e estratégicos nas empresas do agronegócio brasileiro.
Foi para esse público que a Faculdade CNA (www.faculdadecna.com.br) criou e, atualmente, oferece os cursos de nível superior em Gestão do Agronegócio, Gestão Ambiental, Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais. Sempre dentro da perspectiva de contribuir para que o agronegócio brasileiro amplie ainda mais a atuação no mercado global e continue sendo essa grande potência econômica e social.
O agro é um setor de oportunidades e desafios. Vagas para gestores qualificados são hoje muito disputadas, com salários iniciais atrativos, mas para assumir tais cargos o profissional deve evidenciar conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis.
Técnicos e gestores que prestam serviços de assessoria e consultoria, na área de assistência técnica e gerencial, também encontram no setor um mercado em expansão, e os profissionais mais bem preparados conquistarão ainda mais espaços nessa área nos próximos anos.
O desafio que nos move é preparar profissionais para que atendam às reais necessidades dos cerca de 5 milhões de produtores de alimentos em um país tão heterogêneo quanto o Brasil e com necessidades específicas e regionais. E garantir, assim, a rentabilidade no campo, o crescimento da produção nacional e o desenvolvimento sustentável.