SENAR irá disseminar pesquisas com o Bioma Caatinga
A Secretaria do Meio Ambiente do Estado-Sema, entregou ontem, 3, a medalha ambientalista Joaquim Feitosa, à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará,-FAEC, em reconhecimento ao trabalho que vem realizando em prol do Bioma Caatinga, conforme explicou o secretário da SEMA, Artur Bruno, que fez questão também de testemunhar outro programa do Sistema FAEC/ SENAR no Ceará , que é o programa Agrinho , que leva educação ambiental aos jovens do meio rural. O presidente da FAEC, Flávio Viriato de Saboya Neto, recebeu a comenda ao lado do ex-presidente da Federação José Ramos Torres de Melo Filho e da filha do ambientalista Joaquim Feitosa, Fátima Feitosa.
Flávio Saboya disse que a Federação como representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA e a Embrapa , executam pesquisas sobre o Bioma Caatinga desde 2012, numa fazenda de 30 hectares no município de Ibaretama, coordenados pelo Sindicato Rural daquele município e que alguns resultados dos 19 projetos e 15 em andamento já podem ser disseminados para os produtores, como a que descobriu as causas da morte de diversas plantas como a carnaubeira e adaptação de novas espécies de árvores à mata branca.
No entanto, fez questão de destacar que o Sistema FAEC /SENAR, tem outros programas como o de Preservação de Nascentes, tendo colaborado também na formação de mais de 200 técnicos para implantação do Cadastro Ambiental Rural-CAR , uma exigência do Código Florestal. Ressaltou ainda, o trabalho desenvolvido pelo Programa Agrinho, que também promove a educação ambiental entre alunos de escolas da zona rural, informando que mais de 190 mil alunos já foram atendidos em 48 municípios.
O Presidente da FAEC anunciou na ocasião, que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-SENAR , braço educativo da Federação irá em breve promover cursos de capacitação para os seus os instrutores e produtores que desejarem utilizar as novas descobertas. Ele disse ainda, que já foram distribuídas mais de 12 mil mudas de árvores de diversas espécies produzidas no viveiro do programa, para 5 municípios do Sertão Central: Quixadá Banabuiu, Ibicuitinga, Ocara e Ibaretama. Parte destas mudas foi utilizada em ações de recomposição das matas ciliares do município de Quixadá, envolvendo a mobilização de alunos da rede pública municipal de ensino e graduandos do curso de engenharia ambiental e sanitária do IFCE.
O presidente do comitê da Reserva da Biosfera e representante do Sistema Fiec, Renato Aragão e a filha do ambientalista Joaquim Feitosa, Fátima Feitosa destacaram a importância das pesquisas desenvolvidas pelo ambientalista Joaquim Feitosa há décadas e agora, o realizado no Projeto Bioma, que ocupa 99% do território cearense reafirmando o compromisso de que a medalha só será outorgada a instituições e personalidade com comprovada atuação na área ambientalista, e de caráter ilibado, disse Fátima.
Presentes ainda ao evento, o superintendente do Senar-Ce, Sérgio Oliveira, Superintendente do Sebrae-CE, Joaquim Cartaxo, o superintendente do Ibama, Herbert Lobo, os Presidentes dos Sindicatos dos Engenheiros Agrônomos, Flavio Barreto e dos Engenheiros, Maria Helena de Araújo, secretário executivo da Sema Adolfo Viana, representante do BNB, Geania Gomes, presidentes de Sindicatos Rurais de Senador Pompeu, Joziel Barreto da Silva, de Ibaretama, Carlos Bezerra Filho, de Itapipoca Antônio Aguiar, servidores da SEMA e do Sistema FAEC/SENAR-CE. A servidora da SEMA, Joarinda Barreto criou o troféu com um kaktus, planta que simboliza a caatinga, para abrigar a medalha O cantor Junvieira apresentou três belas canções retratando o bioma caatinga.
Próximo passo
O Projeto Biomas entra agora na fase de democratização dos resultados da pesquisa. O maior objetivo do Sistema CNA no projeto é fazer com esses resultados cheguem ao produtor rural ou a setores que irão fazer uso deles para contribuir com a sustentabilidade do bioma Caatinga.
Uma agenda de cursos visando à capacitação de multiplicadores será estabelecida pelo SENAR-CE. Importante destacar que o Projeto Biomas já vem realizando cursos em outros biomas e contribuindo com o processo de adequação ambiental das propriedades rurais à luz da legislação ambiental, especificamente, o Código Florestal.
O próximo passo do projeto no bioma Caatinga, além de concluir as pesquisas ainda em andamento, será realizar os cursos não só no estado do Ceará, mas também em outros estados do bioma. Deveremos contar com a atuação e capilaridade do SENAR para que os modelos viáveis de uso da árvore na propriedade rural sejam multiplicados em outras áreas do bioma e, assim, haja uma efetiva contribuição para se alcançar a sustentabilidade na caatinga brasileira.
O PROJETO BIOMAS NA CAATINGA
A área de pesquisa do projeto no bioma Caatinga está instalada na Fazenda Triunfo, no município de Ibaretama/CE. O projeto teve início na Caatinga em 2012. Hoje os principais números e resultados obtidos são os seguintes:
- 86 pesquisadores de 14 instituições envolvidos nas pesquisas;
- 20 projetos de pesquisa aprovados, dos quais, 19 estão implantados;
- Mais de 14 mil árvores plantadas envolvendo 37 espécies.
Há estimativas de que, ao final do projeto, 19.500 árvores terão sido implantadas no âmbito dos 20 projetos de pesquisa.
Outras ações do projeto na Caatinga:
Devido à ausência de viveiros na região, o Projeto Biomas assumiu a construção de um viveiro próprio na cidade de Quixadá – CE em parceria com o Instituto Federal do Ceará – IFCE, o que permitiu a produção das mudas do projeto. Concomitantemente, foi criada uma equipe de coleta de sementes, além da disponibilização de um viveirista para a produção de mudas. Em contrapartida, o IFCE disponibilizou um técnico para complementar o processo de produção das mudas.
Em 2012, dois projetos foram iniciados, especificamente de controle e ecologia da CRIPISTOTÉGIA ADAGASGARIENSIS. São projetos de destaque neste bioma, pois envolvem formas de controle dessa planta exótica e invasora , de extrema agressividade presente nos ecossistemas da Caatinga, incorrendo em expressivas perdas tanto para os sistemas produtivos como os de preservação em grande parte do nordeste brasileiro Os projetos que envolvem plantios foram iniciados em fevereiro/março de 2014.
Tendo em conta a biodiversidade da Caatinga, o número de arbóreas nativas, para este momento, é considerável (37 espécies), com a meta de plantar , no total, em torno de 19.500 árvores assim como ampliar a quantidade de pesquisadores que compõem a rede deste bioma.