O Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Flávio Saboya, participa nesta sexta-feira, dia 15, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba, de um workshop promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA, para construção do Plano Agrícola e Pecuário 2019/2020.
Cada Federação deverá apresentar suas sugestões e propostas levando em conta os seguintes temas: crédito rural, adequações e priorizados das linhas de custeio, investimento e comercialização e propostas para redução da burocracia na contratação do crédito; políticas e apoio à comercialização e definição de preços mínimos; seguro rural e Proagro; condições de credito para o PRONAF e PRONAMP; zoneamento agrícola e risco climático , entre outros temas.
Flávio Saboya anunciou que uma de suas propostas será incluir o Seguro-Seca no Plano Agrícola/ Pecuário para a Região Nordeste, medida que vem defendendo desde 2015.
O chamado “seguro-seca”, cobriria as despesas dos produtores com salários, parcelas do financiamento agrário e alimentação para os rebanhos, entre outros custos, quando não fosse possível produzir por conta da estiagem. ” Há dois anos atrás , o governo do Ceará suspendeu uma outorga de água que atingiu a irrigação da fruticultura no vale do rio Jaguaribe e no Apodi. As empresas tiveram que demitir mais de 1.500 famílias”., citou como exemplo.
Sem questionar a importância das medidas para garantir a oferta de água para o consumo humano, Saboya defende que o seguro daria sustentabilidade às atividades na região. “No caso de uma suspensão dessas, evitaria a demissão de milhares de funcionários e garantiria a disponibilidade de alimentos para o rebanho, além do pagamento da parcela do financiamento rural. Como pagar, se não teve produção?”, argumenta o presidente.
Esse modelo, segundo Saboya, já é implementado no México e na Índia, com a garantia de recursos aos produtores para que possam enfrentar a estiagem. Para ser viabilizada, a medida precisaria de contribuições dos próprios produtores, do poder público e de uma empresa de seguros. “Já estive reunido a grandes seguradoras e chegamos a um dominador comum de que o governo precisa entrar também.
Ele ressalta que áreas consideradas inóspitas, como no deserto da Arábia Saudita, há grande produção de leite, maior até que no Canadá. “É possível termos uma agricultura sustentável no semiárido. Para se ter uma ideia, a produção de leite no Estado cresceu no período seco, o que é uma demonstração de que o Ceará tem potencial. Mas precisamos de políticas públicas que incentive a atividade pecuária na região”, cobra.
Além do seguro, Saboya destaca mudanças na política de crédito entre as demandas do setor que inclusive foram apresentadas aos presidenciáveis. “No Ceará, temos em torno de 400 mil propriedades rurais, das quais somente 600 têm acima de mil hectares. Isso quer dizer que nós somos um Estado de pequenos. Temos que ter uma política direcionada para a pequena e a média produção no semiárido”, diz.
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