Um dia diferente, de muito aprendizado e informações importantes que podem contribuir com a melhoria da alimentação do rebanho bovino e ovino ou caprino, e servir como suporte forrageiro nos anos de estiagem, foi o que disse o produtor rural Victor de Melo Ribeiro, da Fazenda Floresta, um dos 78 que participou nesta quinta- feira, 27, do dia de campo , na Fazenda Triunfo, em Ibaretama-CE, sobre o Programa Forrageiras para o Semiárido- Pecuária Sustentável, uma das 13 Unidades de Referência Tecnológica ( UTR) do Nordeste .
O Programa é uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA e da Embrapa, com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, FAEC, através do Sindicato Rural de Ibaretama com o propósito de recomendar forrageiras para sistemas pecuários localizados em áreas suscetíveis a seca. No local, foi instalada uma estação meteorológica. O projeto visa cobrir a escassez de forragem do pasto nativo na época seca, auxiliando o uso sustentável do Bioma Caatinga que compõe o cardápio forrageiro, um elemento base para o ” aplicativo forrageiro”, disse a técnica da CNA, Agueda Récio, que representou a Confederação no dia de campo.
O presidente da FAEC, Flavio Saboya que esteve no evento disse que agora o produtor rural nordestino conta com uma variedade de espécies, pode fazer até um cardápio variado para o seu rebanho. Antigamente, a gente só contava com o capim elefante e sorgo, disse Saboya que espera que estas novas espécies sejam multiplicadas em cada uma das propriedades cearenses e nordestinas. Ele ressaltou a iniciativa do presidente da CNA, João Martins da Silva, que ao tomar conhecimento das pesquisas da Embrapa em Minas Gerais, sugeriu fazer o mesmo no semiárido.
Os 78 produtores estiveram presentes ao dia de campo visitaram as quatro estações, onde receberam informações sobre a viabilidade técnica e econômica de cada uma das 18 espécies, durante 30 minutos em cada uma das estações, acompanhados por instrutores e técnicos do SENAR/ CE. No final, ainda puderam exercitar como se utiliza o aplicativo orçamento forrageiro, que depende entre outros fatores do número de animais, peso e idade.
Foram montadas 4 estações, a primeira estação com informações sobre o projeto forrageira e lenhosa, apresentado pelo responsável técnico, Giovanni Chagas, a segunda estação foi sobre gramíneas perenes e anuais, apresentada pelo professor Magno Candido da UFC, a terceira estação com cactáceas (4 espécies), pelo produtor Marciano Bezerra, e a quarta, sobre o aplicativo no orçamento forrageiro, apresentado pela zootecnista da Embrapa Caprinos e Ovinos, Ana Clara. Das 18 espécies, 6 se adaptaram mais as condições do semiárido: que foram 2 cactáceas, orelha de elefante mexicana e miúda; sorgo ponta negra e sorgo Br-S 658, (gramíneas anuais) gramíneas perenes: massai e quenia, disse Giovani.
João Nogueira, proprietário rural de Quixeramobim, disse que achou muito importante as pesquisas, e que o orçamento forrageiro é mais uma ferramenta que vai facilitar o dia na fazenda. Edmar Querioz, produtor de ovelhas em Quixadá, integrante, do grupo Conviver com o semiárido também manifestou sua opinião: é realmente muito importante para os produtores, aconselho realizarem mais dias de campo e a grande preocupação dele é com falta de revenda de sementes porque o plantio tem que ser em época determinada, No Ceará estão sendo feitos experimentos em 18 forrageiras, das quais 6 já demonstraram aspectos positivos, disse Giovani Chagas.
O presidente do Sinrural de Ibaretama, Carlos Bezerra, mobilizou para o dia de campo além de produtores de Ibaretama, de Quixadá, Quixeramobim, Jaguaretama, e contou também com a presença dos presidentes dos Sinrurais: de Jaguaretama, Granja, Senador Pompeu, Quixadá, Quixeramobim e Beberibe. O prefeito de Ibaretama e o secretário de agricultura também participaram do evento e ressaltaram a sua importância. Carlos Bezerra fez questão de destacar que Ibaretama já é um município polo de pesquisas no Estado do Ceará, pois sedia o Programa Forrageiras para o Semiárido há 2 anos, o projeto Biomas Caatinga, há cinco anos, ambos executadas pela CNA/ EMBRAPA e, ainda, uma Estação de Dessalinização com uso de energia solar, que tem o apoio do BNB.