O novo superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento -Conab- Ceará, Anastácio Jorge Rocha Fontelles, apresentou hoje,primeiro de julho,,pdurante reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-AGROPACTO, o Plano de Ação da Companhia para o segundo semestre de 2014 , que irá aplicar 25 milhões no PAA- Programa de Aquisição de Alimentos. Já para o Programa Venda -Milho – Balcão , que atende ao médio e pequeno produtor rural, a CONAB está aguardando uma nova portaria interministerial , já que a ultima findou no dia 30 de junho, a mesma deverá estabelecer 180 mil toneladas até o final de 2014 para todo o Nordeste, reconhecendo o superintendente que este quantitativo só daria para atender ao Estado do Ceará.
O novo dirigente da CONAB, disse que o programa venda-balcão não está sendo realizado adequadamente,” porque nos falta uma oferta contínua, se chegássemos a 30 mil toneladas/ mês, estaríamos satisfeitos”. Anastácio Rocha estima ainda que o preço da saca de 60 kilos, deverá sofrer um aumento, devendo ficar em torno de R$25,00. Ele informou ainda, que o Órgão está fazendo uma análise dos cadastros dos produtores aptos a receberem o benefício , que aumentaram de 2 mil para 46 mil nos últimos dois anos, para evitar atravessadores e que o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento-MAPA, está estudando uma forma de padronização do milho subsidiado. A Conab- trabalha em favor de disciplinar diretrizes para otimizar procedimentos que venham a viabilizar uma dinâmica mais eficiente, consequentemente, mais eficaz,disse.
O superintendente da Conab anunciou ainda que deverá ser construído um armazém pulmão em Quixadá, que permitirá atender com mais urgência as necessidades dos produtores daquela Região. No entanto, ele acredita que a Conab precisa estabelecer uma quota que atenda ao médio produtor, entre R$ 25 a 30 reais, a saca/quilo, para que o processo aconteça como um todo. ” A Conab pede apoio de todos os entes envolvidos numa linha de pensamento conjunto, para otimizar a oferta mínima de milho para o Ceará”, disse Anastácio Rocha.
O anúncio feito pelo novo dirigente da CONAB não agradou aos produtores presentes à reunião, a começar pelo próprio Secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, que prometeu esforços juntamente com o presidente da FAEC, Flávio Saboya, junto ao MAPA, para que a quota estabelecida para o Ceará desde o ano passado, que é de 30 ton/mês seja cumprida, enquanto Flavio Saboya requereu que os médios produtores sejam também atendidos com a sua quota, que vem caindo a cada mês. Apesar de tudo só conseguiram receber 13 mil ton/ mês, naquela época eram de 2 mil inscritos, hoje existem 46 mil inscritos no programa Milho/ balcão.Destacou que de uma hora para outra a Conab passou a diminuir a quota, que era de até 14 ton para o médio produtor, caindo de 7 para 3 ton/mês, e atualmente nem as 3 ton/mês, estamos recebendo, como vamos ser justo para todos? -indagou Saboya. . Ele propôs a distribuição de 50% da quota para o médio produtor a um preço maior entre R$ 26 a 28 reais por saca, mas até agora não obteve resposta.
Segundo ele, das 90 ton doadas ao Estado, só chegaram a 30 mil toneladas/mês ,resta 60 mil e propôs a união de todos em torno desta demanda.” Só estão destinado 180 ton para todo o Nordeste, como atender a esta demanda. ? Nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina a média por produtor, é de 27 ton / mês , e isso se deve a um forte trabalho da bancada federal, desafiou Saboya. O secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins acredita que este é um problema político, pois não há falta de milho no país, pelo contrario, tivemos uma safra recorde,prometendo que levará o assunto ao Comitê das Secas e posteriormente, ao governador Cid Gomes.
SEGURO ALIMENTAÇÃO VOLTA AO DEBATE
Diante da necessidade cada vez maior de milho para o Estado e do não cumprimento da demanda para o Ceará, o Seguro Alimentação Animal voltou a ser colocado na reunião do Agropactp pelo presidente da FAEC , como essencial para a manutenção das atividades agropecuárias e que ajudará o produtor a manter inclusive seus funcionários . Segundo ele, a Funceme está prevendo um novo fenômeno do El Niño,e a COGEHR já trabalha com a possibilidade de racionamento de água em algumas regiões do Estado, portanto essa alternativa do seguro deve ser trabalhada junto ao governo Federal, vamos perder todo um trabalho feito em 2O anos, com a formação de perímetros irrigados, produção de frutas, produção de leite, criação de peixes? Indagou Saboya aos presentes. Ele sugeriu um seguro alimentação – emergencial para estas famílias e a formação de um grupo de trabalho emergencial, para ultrapassar esta crise de três anos seguidos de seca. .
O produtor de leite em Maranguape, Manoel Berlamino que produz 650 litros/dia manifestou sua a preocupação não somente com a chegada do milho, mas com a sua distribuição , segundo ele , o médio produtor foi penalizado, estamos sendo obrigados a reduzir os planteis de animais , porque não cobrem os custos, em 2014 ele acha que vai ser pior do que 2013, por falta de água. A ultima quota de milho de Maranguape foi em dezembro, a necessidade é de 385 mil quilos/ mês, esse ano ainda não atendeu em nada ainda ,disse Belarmino.
Outro que manifestou sua preocupação foi Franzé de Sousa , Secretário de Agricultura de Horizonte e presidente do Sindicato Rural , que trouxe três alunos do curso de Agroindustria do Liceu daquela cidade para o encontro do Agropacto ,ele disse que o desafio da Conab é grande e quis saber sobre os cadastros dos produtores que foram encaminhados e ainda não foram examinados .Ele também pediu ao dirigente da Conab para informar a quota parte do Programa Milho Balcão e sobre o preço da castanha de caju, pediu que a Conab realizasse esse custo, com a participação do setor produtivo.
Raimundo Augusto-Secretario de agricultura de Ererê encravado na serra do Pereiro, veio especialmente para a reunião, informando que antes de 2012 não conhecia a venda de milho balcão da Conab ,e que seu município produz 20 mil litros de leite/dia. Hoje vim para o Agroacto para trazer a realidade do nosso município, que tem pouco mais de 500 produtores cadastrados na Adagri, vacinou 100 por cento do seu rebanho, destes 500 somente 165 estão cadastrados na CONAB, vim solicitar o cadastro do restante, porque desde março do ano passado não se faz um cadastro, e todo dia nós enfrentamos este desafio dos produtores . Hoje nós não temos milho, devido a estiagem, mas queremos fazer parte deste programa e comprar seja de qualquer preço , não queremos ver nossa produção cair, ver este rebanho dizimado,disse o secretário do município de Ererê.
Em aparte o Presidente da OCB – Nicédio Moreira, enfatizou que o quadro pintado pela Conab não vai resolver o problema e que a mesma não tem estrutura para atender a demanda dos produtores estaduais, sugerindo que o governo do Estado crie uma nova estrutura para fornecer produtos para nossa agropecuária, com preços subsidiados, a exemplo do que fazia antigamente a Codagro.
Finalizando os debates , o novo superintendente da CONAB, disse que os novos cadastros passam por uma verificação e que a capacidade operacional é mínima sendo a rede armazenadora é da década de 70, para sair dessa crise montaram uma rede emergencial, tiveram que criar uma rede com os municípios. Garantir uma oferta continua é o nosso desafio, hoje nos precisamos da garantia do governo federal, reconhece que outros segmentos merecem destaque como a castanha, e que o corpo técnico está habilitado a fazer este trabalho, sobre a classificação ( remoção e destino) mas que é preciso seguir a Lei.
ATT. Silvana Frota
ASSESSORIA DE IMPRENSA SISTEMA FAEC/SENAR-CE