O assentamento Mandacaru, desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário – SDA, com a interveniência do Instituto Agropolos na parte da assistência técnica e social, já beneficia 130 famílias através de um projeto pecuário no complexo do Açude Castanhão, numa área de 390 hectares. O projeto visa a produção de leite com pastejo rotacionado e é executado com recursos do Fundo de Combate à Pobreza – Fecop e Bndes.
O assentamento foi implantado em várias etapas finalizando em março de 2012, antes passou por todo um processo, inclusive com a seleção dos assentados reapreciados da desapropriação do Açude Castanhão, ações de estradas via Seinfra, (10 km), construção de estábulos, 7.200 m de canal do Perímetro Irrigado, implantada a captação própria do canal Eixão, bem como as seis casas de bomba e as plataformas de apoio à produção, onde deverá acontecer o resfriamento do leite produzido pelos assentados entrando agora para a fase de aquisição de matrizes e de equipamentos de ordenha, cada família vai receber um centro de manejo (serão 130). Já foram investidos 17 milhões no projeto, que conta também com a parceria da ONG CARE, da empresa DANONE, atuando a partir de 2014 em três eixos: empreendedorismo, qualidade na produção de leite e cadeia de valor.
O projeto Mandacaru, que foi uma experiência exitosa e produtiva em ano de seca, e foi apresentado hoje, dia 11, na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária – Agropacto, promovido pelo Sistema FAEC/SENAR-CE, tendo como palestrantes, o presidente do Instituto Agropoolos Leonildo Peixoto, Allyssandro Soares Barroso, zootecnista do projeto e Francisco Teixeira Barreto Júnior, supervisor do eixo e cadeia de valor da ONG Care Brasil. Na ocasião o presidente da Faec, Flávio Saboya chamou a atenção dos organizadores para esta nova fase que é a compra das matrizes (vacas), que na visão dele devem ser de alta linhagem. Colocou a Federação com sua experiência em pecuária e o Senar com seus cursos à disposição do Projeto. “Temos interesse total de esse projeto ir à frente, pois o nosso Estado precisa ampliar sua produção pecuária”, disse Saboya.
Segundo José Maria Freire, coordenador do projeto junto a Secretaria de Desenvolvimento Agrário – SDA, a aquisição dos animais será feita pelo crédito fundiário, um total de 2.080 matrizes, ele acredita que até o segundo semestre as matrizes sejam adquiridas e o projeto entra em produção totalmente implantada até o final do ano. Segundo informou, hoje, o projeto já está produzindo forragem e entra para a fase de produção de leite. Com a implantação do sistema de pastagem rotativo, os assentados estão tendo bons resultados, com a venda de feno, inclusive para produtores do estado do Rio Grande do Norte, gerando dentro do assentamento, somente no setor 6 , composto por 17 famílias, em dois hectares e meio , uma média de lucro bruto de R$ 2.015 e uma renda liquida de R$ 1.624,00,somente com a produção de forragem. “O exemplo do Mandacaru é de um conjunto de iniciativas mostrando que o semiárido é possível, que nós temos apenas que ter estratégias bem definidas para fazer da agropecuária uma fonte geradora de renda, exemplo disso é o projeto Mandacaru que, terra,água e tecnologia, mas no meu entendimento o grande desafio do Nordeste é o desafio da água, colocando a transposição do Tocantins como mais uma alternativa a mais para a nossa Região, como um projeto de Estado”, afirmou o presidente do Instituto Agropolos, Leonildo Peixoto que levou sua equipe e apresentou parte do projeto.
ONG da DANONE vai atuar no Projeto
A ONG CARE Brasil de responsabilidade da empresa DANONE, vai atuar no Projeto Mandacaru, o supervisor de eixo Bruno Barreto esteve também no Agropacto e explicou que esta ONG trabalha com um fundo internacional que fornece recursos financeiros para projetos de produção, infirmando que o mesmo foi aprovado para o Estado do Ceará, gerindo 160 famílias em uma grande unidade produtiva, com o objetivo de transformar produtores em empreendedores A CARE BRASIL Internacional atua em mais de 84 países, apoiando 122 mil famílias, é uma ONG de caráter humanitário. No Brasil, foi fundada em 2001, trabalhando com educação para o desenvolvimento, empreendedorismo, gênero (desenvolver o protagonismo juvenil), desenvolvimento e cadeia de valor e mudanças climáticas, que pretendemos trazer para o Ceará, disse Bruno. No Ceará e no Nordeste, no Rio de Janeiro, há uma equipe estudando está estudando estas mudanças climáticas, que precisamos trazer também para o Ceará e para o Nordeste, onde atuamos no Maranhão, Piauí, Bahia, Rio de Janeiro, Pará, Acre, Goiás, e Ceará, este último, principalmente com a agricultura familiar.
“No Ceará, vamos desenvolver ações com o projeto Mandacaru , que deverá transformar-se em empreendimento, principalmente com o fortalecimento dos produtores , com o desafio de trabalhar com a produção de leite , o planejamento,o gerenciamento, o objetivo da CARE é capacitar os produtores familiares, a DANONE vai participar através do fundo Ecossistema, através da gestão e do protagonismo juvenil”, acrescentou Bruno. Ele destacou os 3 objetivos da CARE: desenvolvimento de técnicas produtivas, melhorar a qualidade do leite, e capacitar a associação de produtores em gestão coletiva, ampliando o desejo dos jovens de ficar no assentamento,trabalhar também na área ambiental , através de uma conscientização lúdica. Na visão dele, o Assentamento Mandacaru tem um potencial turístico adormecido, que poderá ser transformado após a produção dos produtores.
Hora de energia estendida
No final da reunião do Agropacto, o Presidente da Faec, Dr. Flávio Saboya comunicou que esteve em Brasília para assinatura de um convênio do Mapa com a SDA, via Ematerce, para apoio de assistência técnica aos médios produtores rurais, onde 70% estão localizados no Nordeste. Segundo ele, de 240 mil estabelecimentos agropecuários no Estado, 90 mil é constituído pela media produção, 2% são grandes (ou seja, tem mais de 200 cabeças de animais). O Ceará é um estado de médios e pequenos produtores.
Comunicou ainda, que foi aprovado no Senado Federal o subsidio da energia elétrica para o produtor rural durante todo o dia, antes era concedido apenas no horário noturno de 21: 30hs às 6 da manhã, o produtor passava a noite toda trabalhando. Saboya disse que o projeto foi aprovado no Senado e agora vai para a Câmara Federal, pedindo a todos os produtores que solicitem o apoio de seus parlamentares. O representante da Faec, junto ao do Conselho de consumidores da Coelce, Engº. Erildo Pontes prometeu levar esse pleito ao Conselho nacional na próxima reunião em Brasília.