Na manhã desta terça-feira,14, o Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-AGROPACTO, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-FAEC, debateu os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017, com a apresentação da Coordenadora Técnica Estadual do Censo Agropecuário do Ceará do IBGE, Regina Dias. Durante o encontro que contou com a participação de representantes de diversas entidades como SENAR, SEBRAE, BNB, BB, NUTEC, Clube do Berro, Associação dos Engenheiros Agrônomos, Presidentes de Sindicatos, engenheiros agrônomos e produtores, o Presidente da FAEC, Flávio Saboya sugeriu a formação de um grupo de trabalho para discutir alguns dados da pesquisa do IBGE, que tem o prazo de um ano para revisão.
Entre as sugestões apresentadas pelos presentes estão o alinhamento de algumas informações com diversas instituições que trabalham com o setor rural, como as áreas irrigadas no Estado , número de apicultores, dados sobre assistência técnica, assentamentos, entre outros .O Presidente da FAEC disse que neste debate é importante a participação de todos os envolvidos no setor produtivo a fim de que o censo do IBGE seja mais representativa possível. O Presidente da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará-NUTEC, Francisco Magalhães, considerou as informações do IBGE valiosas para adoção de novas políticas públicas e sugere novas reflexões sobre o momento atual, inclusive fazer um comparativo entre crédito e assistência técnica.
Regina Dias considerou a sugestão da mais alta importância reafirmando o compromisso do IBGE de chegar cada vez mais próximo da realidade dos números, e que as entidades e a sociedade devem participar, mostrando onde os dados estão mais inconsistentes. Regina inclusive sugeriu que fossem analisados os dados por município.
CEARÁ NO SEGUNDO LUGAR EM TRÊS SETORES
Na ocasião, o IBGE e a FAEC apresentaram um confronto de resultados estruturais sobre os setores que mais cresceram no Ceará nos últimos 10 nos (2006 a 2017) , colocando o Estado na segunda posição na produção de leite , passando de 459.33l mil litros, para 574.857 mil litros, segundo lugar na produção de ovos , saindo de 74.276 para 141.501(mil/dúzia) e segundo lugar no efetivo de ovinos, passando de 1.564.907 em 2006 para 1.813.979 cabeças, em 2017. Esses setores representam mais de 80% do Valor Bruto da Produção Pecuária(VBP) cearense, destaca Saboya.
Para Flavio Saboya e o articulador de agronegócio do Sebrae-CE, Paulo Jorge o resultado positivo na produção de leite no Estado , deve-se as boas práticas aplicadas no campo , a assistência técnica implementada pelo Sistema FAEC/SENAR e Sebrae-CE, e também pelos dos órgãos governamentais , que apostaram na gestão como principal ferramenta para o crescimento da produtividade de leite. Ressaltaram ainda, que somente através do Programa Sertão Empreendedor, foram beneficiados desde 2015 mais 700 produtores, e mais de 300 produtores na apicultura.
Outro destaque que apareceu pela primeira vez na pesquisa do IBGE no Ceará foi com relação a cultura da palma forrageira, onde foram detectados 1.462 estabelecimentos, 913 hectares de área colhida em 2017, com uma produção de 21.105 toneladas. No entanto, em algumas cidades não foi possível detectar este tipo de cultura, daí a necessidade de uma revisão disse a coordenadora técnica Regina Dias.
Outro ponto destacado pela Coordenadora do IBGE, foi o aumento de mais 3% do numero de estabelecimentos (381.017), e a redução da área plantada que passou de 7.948.067 hectares para 6.895.412 (-13), em 2017. Outro ponto comentado entre os participantes do Agropacto foi com relação a idade dos produtores que em sua grande maioria (61%) está entre 30 e 60 anos, o que para a Coordenadora do IBGE, requer uma reflexão mais profunda sobre programas de sucessão no campo.
ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS 2006-2017
O Número de estabelecimentos em 2006 de 381.017 e passou para 394.317 em 2017 (+3)
Área dos estabelecimentos (em hectares) 7.948.067em 2006 e passou para 6.895.412 em 2017 (-13)