Principais demandas do agronegócio brasileiro foram apresentadas na abertura do Encontro com os Presidenciáveis, em Brasília |
Incentivar a cooperação entre Governo e iniciativa privada e manter um diálogo responsável e construtivo com o setor produtivo são algumas das características que a agropecuária brasileira espera do próximo presidente do Brasil. O pedido foi apresentado pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior, para os três candidatos à Presidência da República melhor posicionados nas pesquisas de intenção de voto: a presidente e candidata Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB), nesta quarta-feira (6/8), durante a segunda edição do Encontro com os Presidenciáveis, realizado na sede do Sistema CNA/SENAR, em Brasília. “A agricultura é atividade de homens livres. O estado não pode vacilar diante das ameaças a este direito, e as invasões de terra, de quaisquer natureza, devem ser combatidas pelos instrumentos da lei. A ordem jurídica não pode acolher exceções. Sem instituições que resguardem a produção e os produtores, o desenvolvimento econômico é tarefa simplesmente impossível”, alertou João Martins, chamando a atenção para a segurança jurídica, essencial para que o setor siga avançando. Com a presença de mais de 600 pessoas – entre ministros, parlamentares, presidentes de Federações da Agricultura, empresários do setor, representantes de entidades parceiras e jornalistas –, os presidenciáveis tiveram a oportunidade de expor a sua visão, seus projetos e compromissos para a agropecuária brasileira e também de ouvir as principais demandas do setor, detalhadas no documento “O que esperamos do Próximo Presidente 2015-2018”. O presidente da CNA destacou os desafios que o agronegócio precisou superar até ter a sua importância estratégica reconhecida e ressaltou o avanço da agricultura brasileira, que hoje alcança elevados índices de produtividade, permite a constante redução dos preços agrícolas e foi a responsável por 44% das vendas externas do Brasil no primeiro semestre deste ano. “Este momento representa o reconhecimento de que a agenda do agronegócio chegou, finalmente, ao topo das questões nacionais. Já não há quem discorde do fato de que a produção agropecuária e os produtores rurais são um ativo inestimável de nossa economia e de nossa sociedade”, declarou. Respeito à legislação Presidente da CNA discursou para centenas de convidados na abertura do evento João Martins ressaltou que o setor tem ajudado a equilibrar a balança comercial brasileira e a estabilizar os preços internacionais dos alimentos, diante de uma demanda mundial crescente. Outro diferencial é a preservação do meio ambiente por meio de ganhos “impressionantes” de produtividade. No entanto, para que o agronegócio permaneça em crescimento, é necessário resolver alguns problemas, cuja solução depende de escolhas políticas. Segundo o presidente da CNA é preciso impedir que os excessos ideológicos interfiram na proteção do direito da propriedade, assim como é fundamental por fim aos conflitos derivados das questões ambientais. Os outros pedidos citados no discurso foram busca de equilíbrio, serenidade e visão de longo prazo para conciliar direitos e interesses de trabalhadores e produtores na área trabalhista e reforço da estrutura de entidades que cuidam da pesquisa, extensão e da defesa sanitária para que a aliança entre o Governo e o setor privado possa aproveitar todo o seu potencial. Para completar, o presidente da CNA reforçou um pedido antigo: investimentos para acabar com as carências de infraestrutura do País. De acordo com João Martins, a geografia da produção rural se alterou muito nos últimos 40 anos, mas as redes logísticas ainda refletem o Brasil daquela época. “O agronegócio brasileiro é uma prova da nossa capacidade de crescimento. É motivo de orgulho e uma inspiração para todos neste país. Se quisermos, podemos seguir crescendo em todas as áreas e em todos os setores. De nossa parte, estaremos sempre dispostos a cooperar e prontos para um diálogo responsável e construtivo”, afirmou sob aplausos. Depois da exposição das reivindicações feita por João Martins, a palavra foi passada ao candidato Eduardo Campos. Na sequência, será a vez do tucano Aécio Neves. Por fim, falará a presidente Dilma Rousseff. Veja o discurso do presidente da CNA: Acesse o documento “O que esperamos do Próximo Presidente 2015-2018” na íntegra: |