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Presidente da Funceme alerta para o risco de poucas chuvas e produtores continuam preocupados com atividades pecuárias

DSC_0018O presidente da Funceme Eduardo Sávio  Martins reafirmou hoje, 23, durante reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense – Agropacto, a incerteza das chuvas abaixo da média histórica no próximo trimestre março/maio no Estado, em torno de 70%,  com algumas regiões apenas 5% acima da média e outras em torno da média 25%, especialmente a região litorânea. A média pluviométrica do Estado é de 800 mm. Em 2015, tivemos um aporte menor que em 2011, em torno de 418 mm, o que significa 30 por cento abaixo da média, na quadra chuvosa de março a maio. Esse é o terceiro El Niño forte que acontece no país nos últimos anos, informou o presidente da Funceme.  Segundo ele, nos  meses de janeiro e fevereiro deste ano choveu 252.9mm, ficando  62% acima da média, mas ainda falta compor o mês de março.

DSC_0032O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – Faec e coordenador do Agropacto, Flávio Viriato de Saboya manifestou sua  preocupação com as informações repassadas pela Funceme, “pois já vimos passando por quatro anos seguidos de poucas chuvas muito abaixo da média, considerados anos de seca, com índices abaixo de 300mm”. Para Saboya o quadro é preocupante, e se for confirmado estes prognósticos,  as reservas hídricas do Estado vão se extinguir, pois atualmente a capacidade dos açudes preocupa, com apenas 12,7% da capacidade total do Estado, conforme informou a própria Funceme.

O coordenador do Agropacto disse ainda que o setor produtivo tem passado por momentos muito difíceis principalmente  a  pecuária, a agricultura irrigada e a criação de camarão, esta última , que  na região  de Jaguaruana, pode sucumbir, prejudicando cerca de 90 produtores que geram mais de 500 empregos, conforme informou o próprio  presidente da Câmara Setorial do Camarão, Cristiano Peixoto, presente a reunião. Na  visão de Flávio Saboya, poderá  ocorrer um colapso na economia cearense, com grandes prejuízos para a bacia leiteira, refletindo inclusive no consumidor , já que poderá haver um desabastecimento de leite, aumentando o preço do produto. Lembrou ainda, que a agricultura familiar é protegida por seguro-safra e programas sociais, enquanto o médio produtor ainda não conta com o “Seguro-Seca”, proposta que vimos defendendo há três anos”, enfatiza. Ele reconhece que a água é prioridade para consumo humano, mas os animais precisam também beber, de onde vamos tirar essa água? Indagou, informando que o Estado do Ceará, está localizado na maior área do semiárido, onde habitam mais de 1 milhão de pessoas.

Para o  presidente da Faec é preciso promover  um programa de eficiência na agricultura, e praticar de forma sistemática uma  reserva estratégica  alimentar para o rebanho, como fazem os produtores de países como a Austrália e Nova Zelândia, que convivem há muito anos com a seca. O homem do campo que habita o semiárido, sujeito a estas intempéries de seca precisa mudar e adotar novas estratégias de convivência com o seu meio e isto nos estamos defendendo em todos os encontros e debates. Informou também que a Adece já possui também um estudo muito importante sobre o tipo de cultura e a quantidade de água que alguns culturas necessitam, o que poderá mudar o quadro de produção no Estado.

Já o ecretário executivo da Agricultura, Pesca e Aquicultura – SEAPA, Euvaldo Bringel presente no encontro informou que o Estado está tomando algumas medidas com relação à preservação ao máximo das reservas do Castanhão, diminuindo as outorgas e a vazão, prevendo que o setor produtivo vai sofrer ainda  grandes perdas, mas ressaltou o Estado vem procurando investir  em outras áreas como o cultivo do atum e da mandioca. Se não fosse o monitoramento da Funceme, o Castanhão já estaria seco, disse Euvaldo Bringel.

O desperdício de água gira em torno de 35%, é mais de um terço da água que se perde,  indicou um dos debatedores do Agropacto ,engo agrônomo  Antônio Bezerra  Peixoto, que colocou o reuso da água, como uma  das alternativas para a crise hídrica .Ele  acha também oportuno o monitoramento das águas subterrâneas, em algumas regiões estão perfurando poços sem muito controle, disse. .p Segundo o presidente da Funceme, a Cogher já faz o monitoramento de águas subterrâneas em algumas regiões do Estado.

O reflorestamento empresarial foi  outra atividade  sugerida que pode ser acrescida à  renda do produtor, que em muitos casos não precisa  irrigação precisa. informou Erildo Pontes, coordenador da agricultura irrigada  da  SEAPA.

No encerramento  da reunião do Agropacto, o coordenador Flávio Saboya comunicou  que na  próxima reunião, o tema a ser abordado  será “SEGURANÇA PÚBLICA”, um assunto que vem preocupando os produtores cearenses diante de muitos casos de assalto a propriedades rurais, devendo convidar para o evento, o secretário e Segurança Pública e Cidadania.

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