O professor titular de Economia da UFC e ex- secretário  de Desenvolvimento   Rural do Estado do Ceará, que também foi funcionário de carreira  do Banco do Nordeste, apresentou hoje, 29, durante reunião do Pacto  de Cooperação do Ceará – AGROPACTO, o seu mais recente livro com o tema: Israel- exemplo de desenvolvimento bem sucedido. O professor  Sisnando disse que  fez questão de levar o tema ao Agropacto,  por ter sido um de seus mais assíduos frequentadores  durante dez  anos, e também pelo  fato dos seus integrantes, especialmente,  o coordenador  Flávio  Saboya  que vem  manifestado muitas preocupações com a questão hídrica e de desenvolvimento sustentável no Ceará. Na ocasião, ele projetou um vídeo sobre o Estado de Israel, mostrando a realidade atual, a avançada tecnologia e agrotecnologia  ali praticada.

Para o professor Pedro Sisnando , não existe país no mundo que tenha suplantado tantas dificuldades e crescido de forma extraordinária como Isrrael, apesar de todas os problemas  no tocante à escassez de água, possuindo  naquela época 2/3 do seu território localizado no deserto. Hoje, apenas 1/3 do território israelense é improdutivo. Pedro Sisnando  lembrou que através do Banco do Nordeste viajou  nas décadas  de  50  e 60   para vários países em  busca de  tecnologias sustentáveis para o semiárido, e o Estado onde encontrou maiores desafios e exemplos bem sucedidos foi realmente Israel. ” Estudei durante 30 anos , viajei muito, conheci muitos países  com a finalidade de transplantar modelos e soluções, mas cheguei a conclusão de que cada pais têm suas peculiaridades e que o Estado de Isrrael é o que   tem características que mais nos aproximam do Ceará’ , disse.

Pelos estudos por ele desenvolvido , nós estamos pelo menos, 100 anos atrás de Israel , em termos de tecnologia e produção, para que possamos superar as adversidades e chegar a uma renda per capita  de US 33  mil . Apesar de ser um estado pequeno , com pouco mais de 22 mil metros quadrados de área, o grande desafio era suplantar as limitações, a tal ponto, que os seus governantes colocaram como grande meta de desenvolvimento superar  essa situação adotando uma nova concepção baseada no trabalho e  na igualdade. Havia uma consciência de que o maior desafio era administrar a água, já que as precipitações em algumas áreas do Estado não chegavam a 200 mm ou não chovia nada, em outras regiões  chegava no  máximo a 600 mm, e a terra era totalmente improdutiva, composta por muita areia  e pedra.

Dai surgiu,em 1950, o primeiro plano de desenvolvimento, elaborado com o apoio de  cientistas dos Estados Unidos, bem como  os centros de pesquisa, as universidades e os israelenses  acabaram sendo considerados um dos melhores do mundo,  conseguiram transformar aquele país num país produtivo e desenvolvido .

No livro, Pedro Sisnando  conta ainda como os israelenses construíram uma base de capital para entrar na industrialização rural, que foi avançando no campo, aproveitando o clima maravilhoso de 365 dias  de sol, o que os levou a definir o período e o tipo de produção que deveriam ter, dependendo da estação , comercializando seus produtos de acordo com o mercado, alcançando assim os preços em alta, tomando o mercado mundial e se auto- sustentando.

Depois de muitas pesquisas e tentativas pela construção de barragens , poços , a solução encontrada foi fazer a transposição das águas do Lago Nazaré, que fica a 450 km de capital. A partir daí teve início a agricultura idealizada em forma de kibuts( forma coletiva) , que avançaram tecnologicamente de forma extraordinária, surgindo em  seguida , o regime de cooperativas.

Para o ex- secretário  Pedro Sisnando, toda essa política adotada em Israel pode ser transplantada para o Ceará, desde que haja planejamento e investimento em tecnologia e desenvolvimento sustentável.  O presidente da Federação da Agricultura  e Pecuária do Estado do Ceará, Flávio Saboya disse que o livro do professor Pedro Sisnando traz informações importantes tanto para técnicos da área como para  governantes, que desejam espelhar- se em experiências bem sucedidas.Ele informou que o Agropacto volta a reunir- se semanalmente e que na próxima terça- feira, dia 6, reunião será sobre a Importância do Dnocs no combate à estiagem.

Assessoria de  imprensa Sistema Faec/ SENAR/CE

29.09.2015