Fortaleza-CE – O grande desafio neste momento é trabalhar a mitigação dos fatores de risco, aplicar a vacinação, fazer notificação rápida , ter um olhar diferente para a Suinocultura de subsistência com procedimentos mínimos de sanidade . Foi o que disse a diretora técnica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos-ABCS, Charli Ludtke, na abertura do Workshop Suinocultura envolvendo os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira, 21, no auditório do SEBRAE-CE , com mais de 120 participantes.
O encontro foi aberto pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC, Flávio Saboya que representou também a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA , que juntamente com a Associação Brasileira de Criadores de Suinos-ABCS , re Associação dos Criadores de Suínos do Ceará- ASCE ,Paulo Helder Braga, está patrocinando o workshop .Serão 14 workshops em todo o país, que surgiram a partir da crise ocorrida nos estados do Ceará e no Piauí. Flávio Saboya disse essa crise no setor de Suinocultura serve de alerta ao setor , e que a vacinação de todo o rebanho deve ser imediata em todo o Estado , e que o prejuízo poderia ter sido maior caso não tivesse ocorrido a contenção dos focos pelas equipes da ADAGRI e do MAPA.
Segundo a representante da ABCS, a ideia surgiu a partir da instalação da peste suína no Ceará e no Piauí, onde foram sacrificamos cerca de 6 mil animais, dos quais , 3 mil só no Ceará, sendo necessário melhorar a biossanidade, harmonizar as informações entre o serviço veterinário oficial e a iniciativa privada, para agilizar os procedimentos e fazer a vacinação.Ele acha que os impactos sobre a cadeia seriam maiores , por isso a ABCS está trabalhando os impactos da crise Se a crise nesses dois estados não fosse debelada, poderíamos chegar a um prejuízo de mais de 5 bilhões, tendo como consequências maiores o fechamento de mercados internos, caso à peste suína chegasse a zona livre, disse Charli Ludtke,
Paulo Helder Braga , presidente Associação dos Suinocultores do Ceará,- ASCE, informou que o Ceará teve 48 focos de peste suína clássica na zona norte do Estado, que foram eliminados, resultando também na eliminação de cerca de 3 mil animas. Na ação foram investidos mais de R$500 mil ( meio milhão de reais) , em termos de indenização aos produtores , graças a ação da ABCS, através do presidente Marcelo Lopes, que conseguiu os recursos junto aos produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, e também através da ABPA- Associação Brasileira de Proteína Animal. Assim, o Ceará não não vai levar a culpa de dizer que prejudicou as exportações de suínos, disse Paulo Helder, o problema poderia ter atingido a zona livre causando um prejuízo de mais de 5 bilhões de reais, disse ele.
O coordenador de Defesa da Agência de Defesa Agropecuária- ADAGRI , Amorim Sobreira, destacou a importância do trabalho dos colegas da ADAGRI, que se deram as mãos neste trabalho de combate à peste suína, onde tiveram grande ajuda do Ministério da Agricultura e Pecuária, já que não tínhamos muita experiência no combate à peste suína, foi um momento de treinamento em campo. O Coordenador de Defesa Animal do superintendência Estadual do MAPA ,Caio Breno Moreira Damasceno, registrou a importância dos fundos de apoio e da vacinação contra a peste suína, que não ocorria no Ceará há mais de 10 anos, ele acredita que o Ministério deverá agir rapidamente nesta questão e que a Ministra Tereza Cristina, já tem ciência do fato.
A secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, SEDET foi representada pelo Coordenador de Agronegócio , Euvaldo Bringel que fez questão de registrar o esforço desenvolvido pela equipe ADAGRI, alertando que tem que ter uma instituição privada para bancar as crises, porque o governo não têm pernas para resolver crises e focos, imediatamente .Nós aqui do Ceará, aprendemos com a crise .
BOAS PRÁTICAS NA SUINOCULTURA
A professora Dra Mizuno Ishizuka, titular de epidemiologia de doenças infeciosas da FMVZ e do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal , fez uma palestra sobre a epidemiologia da peste suína africana, quando discorreu sobre as causas, consequências e como evitar as doenças em suínos.
Com o sentimento de amor ao próximo e aos animais, a professora destacou o empenho da equipe da ADAGRI e do MAPA , na eliminação dos focos de peste suína no Ceará,mesmo sem ter a metodologia dos procedimentos.
Ela sintetizou em poucas palavras as boas práticas que os suinocultores de um modo geral, tanto das granjas tecnificadas como de fundo de quintal, devem ter:-Impedir entrada de animais como ratos e gatos , controlar com rigor as moscas, limpeza e desinfeção das instalações permanentemente e não permitem que animais entrem nas instalações, eliminando também os estercos . Os criadores devem ser devidamente orientais com relação ao cuidado com seus animais, não comprem animais de qualquer procedência e não alimentem os animais de forma nenhuma com restos de alimentos de hotéis, restaurantes, etc.
OS PARTICIPANTES
Um total de 120 pessoas participaram do workshop do Ceará , entre produtores de suínos, empresas , e instituições públicas como a EMATERCE, SDA, CENTEC, SEDET, SEBRAE, ADAGRI,SENAR, FAEC,ABRAVES, e estudantes de medicina veterinária da UECE. Contou também com a presença de Vinte e três (23) presidentes de sindicatos rurais do Ceará filiados a FAEC também dos municípios de : Cascavel,Quixadá , Banabuiu, Monbaca, Morrinhos, Barreira, Ubajara, Ibaretama, Milagres, Crato, Tamboril, Quixeramobim, Jaguaretama, Horizonte, Lavras da Mangabeira, Senador Pompeu, Coreaú, Limoeiro , Aurora, Santana do Acaraú, Piquet Carneiro e Beberibe.
O produtor Edson da Granja , do município de Russas, que cria cerca de 300 suínos, mesmo não tendo sido atingido pela doença, veio se informar melhor sobre a peste suína e disse que vai tomar todas as medidas recomendadas, achando muito importante o debate promovido pela ASCE,FAEC E CNA.Ele trouxe inc,usine seu Neto , Ecson Torres para aprender as técnicas e dar continuidade ao negócio.