Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Ceará

Tilapicultura na luta

por Rogério Morais

artigos_370_8af900cff415c4a5b85ae78f6f33bea8A tilapicultura no Brasil vem crescendo entre 17 a 20% ao ano, mercado que criou consistência nos últimos dez anos. A opinião é do empresário paulista Eduardo Marchesi de Amorim, 45, presidente do Conselho de Administração da TilápiaBR (Associação Brasileira dos Produtores e Processadores de Tilápia), entidade recém- criada a partir da fusão da Associação Nacional dos Produtores de Tilápia com a Associação dos Frigoríficos e Processadores de Tilápia.

Com sede em São Paulo, a TilápiaBR representa 30% da produção nacional dessa que é a maior espécie no Brasil, tanto em consumo de ração como de peixes produzidos. O Ceará, por exemplo, é o terceiro maior produtor nacional, abaixo de São Paulo e Paraná, e se faz representar pela Associação dos Criadores de Tilápia do Estado, tendo à frente o empresário Camilo Diógenes.

Conforme Marchesi, a entidade está focada para defender não só os criadores e processadores de tilápia, mas também toda a piscicultura nacional, cujos interesses são os mesmos, como “tributação, licença ambiental e redução de custos dos produtores”, destaca. Um dos maiores gargalos, segundo ele, é a licença ambiental, que no Brasil enfrenta uma “burocracia muito complicada. Gasta-se muito dinheiro para liberar uma licença ou renovação. E isso deixa o produtor inseguro sobre a decisão de investir mais”, denuncia.

Mercado atual 
Em entrevista ao AgroValor, Marchesi informou que a produção de peixe no Brasil “ainda é muito pequena, se comparada ao potencial do país”. São produzidas somente 700 mil toneladas, incluindo aí o camarão, enquanto que a China produz mais de 30 milhões de toneladas. “E nós temos mais e melhores águas, com clima mais favorável”, ressalta, para mostrar que estamos perdendo negócios com demandas vantajosas no mercado internacional.

A outra grande questão, segundo ele, é a tributação nos insumos, na ração, principalmente, e isso “acaba aumentando o preço para o consumidor”. Segundo o dirigente da entidade, uma das poucas cadeias de proteína animal que ainda não foi desonerada foi a da piscicultura, “mesmo tratando-se de um alimento básico para a população”, destaca. O esforço da entidade é vencer os obstáculos e buscar também o mercado externo.

O empresário lembra que “o peixe é a proteína mais consumida no mundo, no entanto, no Brasil ela é a quarta”, perdendo para a carne de frango, bovina e suína. Mostrando os números do setor, ele revela que nos dez últimos anos, a carne de peixe consumida no Brasil saiu de 6 quilos por habitante/ano para 10 quilos. “Nos próximos quinze anos, deveremos chegar a 15 ou 17 quilos de carne/ano, por habitante. “Mas é preciso ter produção constante e com qualidade e escala”, para manter o mercado crescente, avalia.

O Paraná produz 70 mil toneladas e São Paulo 50 mil, enquanto o Ceará garante 35 mil. Marchesi faz questão de reafirmar o maior problema do setor: “Muitos piscicultores não têm licença porque não têm prazo de liberação e existem muitas indecisões dos órgãos responsáveis”, conclui o dirigente da TilápiaBR.

NÚMEROS DA TILAPICULTURA NO BRASIL
* Crescimento entre 17 a 20 % /ano;
* Produção de 700 mil toneladas (incluindo camarão); enquanto China produz mais de 30 milhões de toneladas;
* Nos últimos 10 anos, consumo de peixe saiu de 6 kg por habitante/ano, para 10 kg;
* Meta é chegar a 15 ou 17 kg/ano em 15 anos.

Foto: Divulgação

Fonte:http://www.agrovalor.com.br/