Aquicultores, técnicos e especialistas do setor participaram, nesta terça (31), da 4ª edição do Dia de Mercado da Aquicultura, em Fortaleza, no Ceará. O evento foi promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
O objetivo do Dia de Mercado foi divulgar informações técnicas e econômicas identificadas pelo Projeto Campo Futuro na região, além de debater, por meio de palestras, o mercado de produtos aquícolas, sistemas de produção e cenário e perspectivas da atividade.
Para o presidente da FAEC, Flávio Saboya, o evento é importante para o desenvolvimento da carcinicultura e a criação de tilápia no estado. “Como nós enfrentamos dificuldades com outorga e disponibilidade de água para o cultivo das espécies, o Dia de Mercado traz novas perspectivas e novos rumos para a aquicultura”.
A primeira palestra do dia foi conduzida pelo biólogo e pesquisador do Instituto Pecege/ESALQ/USP, Rafael Barone, que mostrou os custos de produção do cultivo de tilápia e camarão e o comparativo de diferentes estratégias de produção e seus impactos nesses custos.
Já a médica veterinária e diretora de Assuntos Comerciais do Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo, Meg Felippe, falou sobre o mercado de produtos aquícolas do Brasil e sua viabilidade.
“A aquicultura trouxe estabilidade de abastecimento das redes de varejo, uma vez que o salmão, tambaqui, tilápia e o camarão são responsáveis por 80% dessa venda”.
Na palestra “Cultivo de Tilápia em Sistema de Recirculação (RAS)”, o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Sergio Almeida fez uma exposição sobre a atual situação dos cultivos dessa espécie no Ceará e em todo o Nordeste.
Sergio também falou do sistema RAS. “É um método de produção onde a água do sistema de criação dos peixes é continuamente tratada e reutilizada. Além da tilápia, ele também pode ser utilizado para a criação de camarão, o que tem sido muito viável para combater a doença da mancha branca”, disse.
Para concluir o Dia de Mercado, o presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, destacou a importância da organização setorial. “Hoje existem diversas associações espalhadas pelo país com a mesma demanda para a aquicultura. Nós precisamos unificar o discurso e concentrar os pleitos para avançarmos na resolução dos principais gargalos”.
Eduardo também apresentou os desafios da comunicação entre os produtores e o mercado. “Os aquicultores precisam saber o que o consumidor busca em termos de tendência. Se ele prefere um filé maior, o produtor terá que focar num peixe maior. Se for um corte específico, a matéria prima deverá ser própria para isso”, concluiu Ono.
PRESIDENTE DA FAEC E DA ABCC DESTACAM IMPORTÂNCIA DO EVENTO
Na abertura do evento, o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-, Flávio Saboya , destacou a importância do debate promovido pela CNA no Estado, e cobrou das autoridades uma compensação para os produtores que sofrem com a proibição da outorga da água para criação de tilápia.Venho defendendo o Seguro-Seca para todos os produtores nordestinos que sofrem com as secas cíclicas e que continuam amargando prejuízos, demitindo funcionários e deixando de produzir alimentos.
Na outra ponta, o presidente da ABCC, Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Cristiano Peixoto Maia, também presente ao evento disse que está sobrando camarão no mercado brasileiro, e que o Estado do Ceará é líder na produção nacional de camarão, com uma produção espetada para este ano da ordem de 48 mil toneladas, e que já venceu o problema da mancha branca. Conforme disse, o Brasil deve chegar em 2018 a 85 mil toneladas de camarão em cativeiro, fechando 100 mil toneladas em 2019, disse o presidente da ABCC.
Participaram do Dia de Mercado produtores, técnicos, zootecnistas, engenheiros de pesca e lideranças do setor. A abertura contou ainda com a presença do Superintendente do SEBRAE/ CE, Joaquim Cartaxo, representante da Secretaria de Aquicultura e Pesca,Ricardo Alberto Rebouças e do Coordenador do Escritório de Aquicultura do Brasil, Ricardo Barreira.
Veja os principais momento do Dia de Mercado da Aquicultura no Ceará: