Durante o 2º workshop Setor Agropecuário na Gestão da Água – Polos de Agricultura Irrigada, a CNA discutiu os efeitos econômicos e sociais da ampliação da área irrigada no Brasil. O estudo foi elaborado por solicitação do Ministério da Agricultura e contou com informações de diversas instituições, entre elas, a CNA.
Segundo a análise, em um cenário com 4,2 milhões de hectares irrigados há um acúmulo de R$ 71 bi de investimentos na economia, sendo R$ 16,3 bi (0,23%) de aumento no consumo real das famílias e redução no preço dos alimentos.
Em outro cenário, com ampliação da área em mais 6,2 milhões de hectares irrigados, a economia do país cresceria R$ 102,8 bilhões, com redução de 0,45% no preço dos alimentos e R$ 23,4 bi de aumento no consumo real das famílias. O estudo também analisou as principais culturas impactadas nos dois cenários. Arroz, trigo e outros cereais se destacaram com crescimento entre 20 e 29,6%.
“Para cada R$ 1 real investido na agricultura irrigada, haveria um retorno social de R$ 0,36 na economia. Um retorno muito maior do que de alguns programas sociais, inclusive.” disse o coordenador de Análises Econômicas do Grupo de Pesquisa de Políticas Públicas da Esalq/USP, Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, que apresentou um estudo que simula cenários de ampliação das áreas irrigadas até 2040.
Outorga
Outro ponto discutido no workshop foram as concessões para uso da água, as outorgas, com a participação do superintendente de Regulação de Usos de Recursos Hídricos da ANA, Marco Neves, e do coordenador de Regulação de Usos em Sistemas Hídricos Locais, Bruno Collischonn.
“A ANA emite cerca de 80 outorgas por semana, por isso essa plataforma que é moderna, disjuntiva e integrada vai agilizar a emissão do documento e entregar inclusive outorgas instantâneas, onde tiver disponibilidade hídrica”, disse. “É de livre adesão, mas acredito que à medida que for funcionando, vai atrair a participação cada vez mais dos estados”, disse Marco Neves.
Segundo Bruno Collischonn, atualmente a morosidade das outorgas depende de sistemas e critérios na tomada de decisão, porém, “sabemos que traz segurança jurídica para o produtor e estamos buscando formas de atender um maior número de usuários”, disse. “Todo ano verificamos como a água dos rios vai se comportar para darmos uma previsão aos produtores que devem se organizar sobre o quanto vai ser plantado naquele ano”. (da assessoria de Comunicação do Sistema CNA/Senar)