Na qualidade de debatedor no Fórum do Agronegócio Cearense, promovido pelo Grupo O POVO de Comunicação, o Presidente da FAEC, Flávio Saboya apresentou hoje, 14, suas considerações sobre o assuntos divididos em três temas: Aquicultura, Fruticultura, Agro Industrial Lácteo, onde destaca a importância da água e da convivência produtiva com esse fenômeno natural . No final, o Presidente da FAEC apresentou algumas sugestões , entre elas : a Criação do Programa Permanente de Desenvolvimento Agropecuário para a Convivência com as Secas, que inclui Projeto de Sensibilização do Homem às Mudanças; Projeto de Segurança Alimentar Animal e a Criação de um seguro específico – Seguro Seca – para as atividades econômicas do semiárido na área de atuação da SUDENE, com as seguintes algumas definições e coberturas. Confira as principais sugestões por tema:
– Aquicultura
Sendo a água o insumo vital para o agronegócio da aquicultura, a crise hídrica guarda uma relação inversa com essa exploração, ou seja, maior crise hídrica, menor produção.
Com a crise hídrica, hoje, a Produção da Tilápia mal chega a 10% da produção no início do período de seca, em que o Ceará chegou a ser o maior estado produtor do País. Semelhante situação vive a Carcinicultura, que além dos anos de seca, sofre com a chegada da doença da mancha branca, doença devastadora que, embora não afete o ser humano, já dizimou muitos viveiros de camarão.
A crise hídrica afigura-se como mal maior, cuja adoção de um estudo aprofundado, em bases técnicas, certamente, proporcionaria a Convivência Produtiva com esse fenômeno natural, quando em outros países semiáridos e mesmo desérticos, o problema da produção com a escassez hídrica já foi equacionado.
– Fruticultura
Segundo informações colhidas no site do Centro Internacional de Negócios do Ceará, o Estado conta com seis pólos de fruticultura irrigada em 64 municípios, gerando 21 mil empregos, além de ser o quarto setor da economia cearense com maior número de exportação.
Com certeza, esse relato anterior não retrata a situação atual, após seis anos em que perdurou a crise hídrica.
O que temos de certeza é que a nossa fruticultura, nesses anos de seca, foi drasticamente atingida, resultando no fechamento de empregos ou a transferência de empresas para outros Estado, devido à suspensão das outorgas d’água. Portanto é necessário:
▪ A concessão planejada das outorgas, que proporcione segurança ao fruticultor na decisão de investir e produzir.
– Agro Industrial Lácteo
I- Leite:
▪ O leite representa quase 50% da produção agropecuária do Ceará;
▪ Somos hoje, apesar das secas sucessivas, o segundo produtor do Nordeste segundo o IBGE;
▪ Por outro lado, o preço do leite pago ao produtor não é satisfatório;
▪ Também a entrada de leite “in natura” e Longa Vida e produtos lácteos provenientes de outros estados, sem políticas públicas de proteção.
II- Nossas Dificuldades:
▪ Comercialização da pequena produção de leite e de queijo;
▪ Crise do segmento industrial.
III- Criação do Programa Permanente de Desenvolvimento Agropecuário para a Convivência com as Secas:
▪ Projeto de Sensibilização do Homem às Mudanças;
▪ Projeto de Segurança Alimentar Animal, com os seguintes destaques:
Fomento à Produção e Comercialização de Forragens;
Hora de Guardar (Reserva Estratégica Alimentar);
Fomento à Expansão e Produção da Palma Forrageira, nas áreas de sequeiro.
▪ Criação de um seguro específico – Seguro Seca – para as atividades econômicas do semiárido na área de atuação da SUDENE, com as seguintes distinções e coberturas:
Parcelas de Financiamentos Rurais – (custeio e investimento) vincendas no período e nos municípios reconhecidos pelo Governo Federal como em estado de emergência;
Garantia pelo Seguro de Renda Presumida – para irrigante no caso de corte do suprimento d’água, face a suspensão da outorga pelo governo, principalmente, nas áreas irrigadas destinadas à fruticultura empresarial, mantendo, assim, a atividade em caráter emergencial;
Silagem e Feno armazenados – seguro de cobertura da tonelagem armazenada para a reposição da reserva estratégica alimentar do rebanho;
Pasto Nativo e Artificial – seguro de cobertura de hectares de pastagens quando as chuvas forem insuficientes para reposição, também, condicionados à decretação do estado de emergência.