A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, FAEC, promoveu hoje, 18, mais uma reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense – AGROPACTO. O tema discutido na reunião foi o “Projeto Forrageiras Para o Semiárido” que tem como coordenador geral o presidente da FAEC, Flávio Saboya. A apresentação foi dividida em dois momentos, no primeiro a pesquisadora da EMBRAPA Caprinos e Ovinos, Ana Clara Cavalcante, fez uma panorâmica do Projeto, e no segundo momento o zootecnista e técnico do Projeto, Giovani Rodrigues apresentou os resultados do programa no Ceará. O evento contou ainda com a presença do supervisor Eduardo Barroso, do Sistema FAEC/SENAR/AR-CE
Em sua apresentação, Ana Clara Cavalcante, afirmou que o objetivo do Programa é conjugar esforços entre o Sistema CNA/SENAR/ICNA e a Embrapa para impulsionar o desenvolvimento de forrageiras tropicais tolerantes à seca e seu uso racional por meio do orçamento forrageiro anual no semiárido brasileiro e nos estados do Maranhão e Minas Gerais. Também foi apresentado aos participante do AGROPACTO as estratégias de gestão a curto prazo, como por exemplo, o mapeamento das principais pesquisas da Embrapa voltadas às forrageiras tropicais tolerantes e resistentes à seca; identificação dos principais pontos de estrangulamento dessas pesquisas, bem como, propor ações corretivas para acelerar sua adoção por parte dos produtores rurais do semiárido e ações para intensificar pesquisas voltadas à identificação de materiais forrageiros tolerantes e resistentes à seca.
Entre as ações de médio prazo destacam-se a implantação de 12 (doze) Unidades de Referência Tecnológica – URTs. Segundo o coordenador Flávio Saboya, o Estado de Minas Gerais e Bahia ficaram com duas URTs devidos as suas extensões territoriais. Um dos objetivos do Programa a longo prazo é disseminar o uso de tecnologias que visem a segurança alimentar animal em ambientes mais susceptíveis à seca. Por fim, a pesquisadora da EMBRAPA mostrou quais são os resultados esperados:
- Recomendação de pelo menos uma gramínea, uma leguminosa e uma cactácea ou planta forrageira não convencional para uso em sistemas de produção no semiárido
- Estabelecimento de doze URTs
- Desenvolvimento de um aplicativo para orçamentação forrageira;
- Criação do Portal “MaisForragem”
- Indução de políticas públicas e linhas de crédito especiais para produtores que utilizarem ferramenta de orçamentação forrageira e implantarem pelo menos uma das culturas forrageiras recomendadas para a região.
O técnico do Projeto no Ceará, Giovani Rodrigues, apresentou as características do semiárido brasileiro e as ações já realizadas na Unidade de Referência Tecnológica de Ibaretama. A área selecionada para a URT está localizada na Fazenda Triunfo, onde já foram feitas a implantação da placa de identificação do Projeto, o cercamento e a seleção da área de pastagem nativa que irá ser trabalhada. Ele informou ainda, que nos processos de coleta e análise do solo foi constatado que não há necessidade de correção.
Os próximos passos do Projeto de novembro à fevereiro do ano que vem são o cercamento e a coleta de dados da área de pastagem nativa; montagem da Estação Meteorológica; preparo da área para o plantio; plantio das 4 variedades de palma forrageira;plantio das demais cultivares;
SOBRE O PROGRAMA
O Projeto Forrageiras Para o Semiárido busca pesquisar e desenvolver espécies de forrageiras, leguminosas e palmas e outras variedades adaptadas à seca do Semiárido brasileiro para garantir a alimentação dos rebanhos, a competitividade da pecuária regional e mais renda para o produtor. A oficialização da parceria ocorreu na abertura do 21º PECNORDESTE em julho deste ano.
O programa conta com 12 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) em 12 municípios do Nordeste e norte de Minas Gerais: Baixa Grande e Ipirá (BA); Poço Verde (SE); Batalha (AL); São João (PE); Tenório (PB); Lajes (RN); Ibaretama (CE); São Raimundo Nonato (PI); Fortuna (MA); Montes Claros e Carlos Chagas (MG).
Nestas unidades serão testadas as espécies forrageiras para identificar o nível de produção nos Estados que compõem o Semiárido e selecionar as variedades com maior adaptação. Em maio, a CNA e Embrapa fizeram a capacitação dos técnicos que iriam atuar nas URTs. Os trabalhos serão conduzidos pelo Instituto CNA e Embrapa Caprinos e Ovinos.