Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL

SENAR PROMOVE  PALESTRA SOBRE MERCADO DO LEITE, DESAFIOS E OPORTUNIDADES   

antonio carlos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural -SENAR-CE promove hoje, 9, de 17 às 18:30 hs, na sede do Sistema FAEC/ SENAR- CE, uma palestra   sobre ” MERCADO DO LEITE: DESAFIOS E OPORTUNIDADES “. A palestra serà proferida pelo engo agrônomo, mestre em Agronegócio especialista  na cadeia  de lácteos  e instrutor do Senar Nacional na Metodologia de Assistência Técnica Gerencial- ATeG .
A palestra é voltada à  produtores, técnicos e especialistas na área, e segundo o Diretor Técnico  do Senar-.CE, Eduardo Queiroz de Miranda o Senar- CE  já vem trabalhando a alguns anos  a cadeia produtiva do leite, com resultados satisfatórios para os  produtores que  aderiram ao Programa Balde Cheio.
O SENAR-CE deu início no último dia 6, prosseguindo até o próximo dia 17, a capacitação de técnicos na Metodologia do Programa de  Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – um programa novo  lançado  em vários estados do Brasil, e em 2016 incluiu o Estado do Ceará. O Curso ocorre em parceria com o SENAR Administração Central que disponibiliza o material didático específico, com os conteúdos técnicos e de gestão das atividades: bovinocultura de leite e de ovinocultura de corte; e o instrutor da Metodologia ATeG, o Engenheiro Agrônomo Antonio Carlos Souza Lima , capacitado para transmitir os conteúdos aos participantes.
No Ceará, o programa atende hoje cerca de 455 propriedades em 38 municípios, cadastrando os índices zootécnicos e os parâmetros de produção, somados aos demais produtores do Programa Sertão Empreendedor, estão sendo assistidos 760 propriedades, uma parceria do SENAR/CE, SEBRAE/CE e os Sindicatos Rurais.
O Diretor Técnico do SENAR/CE, Eduardo Queiroz disse que esse ano, através do PROGRAMA de Assistência técnica e gerencial – ATeG , haverá um esforço maior , aproveitando o período chuvoso para produzir forragem e armazená-la, objetivando oferecer aos animas no período da estiagem – de agosto a dezembro, realizando diversas atividades práticas visando aumentar a produção da  bovinocultura leiteira e da ovinocultura das propriedades assistidas.  Tudo  isso visa fortalecer a gestão da atividade, por meio da própria assistência técnica e gerencial e sendo complementado com os treinamentos e oficinas oferecidos aos envolvidos, para que o produtor possa melhor desenvolver sua atividade e aumentar o lucro, que é o objetivo maior de qualquer empresa.
SOBRE o Mercado de leite no Brasil
Os números de 2016 só serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 17 de março, mas a expectativa é que a produção de leite no Brasil sofra a maior queda em 55 anos, desde que os índices passaram a ser registrados.
“Embora a captação formal de leite no terceiro trimestre do ano passado tenha apresentado uma recuperação de 12,1% em relação ao trimestre anterior, o volume total captado teve uma quebra de 4,9% quando comparado ao mesmo período de 2015”, informa o pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende.
Os dados iniciais sugerem que a recuperação tenha se mantido no último trimestre, mas o País deve fechar 2016 com uma produção pouco acima dos 23 bilhões de litros, uma retração acima de 3% em relação a 2015, e há entre os analistas quem aposte em um índice de 4%.
Os dois últimos anos não foram bons para o setor. Desde 2014, quando o Brasil registrou o maior volume de produção de leite sob inspeção (24,7 bilhões de litros), os índices vêm retrocedendo. Em 2015, a queda foi de 2,8%.
Ano de extremos – Um dos fatores que favoreceu o menor volume produzido foi o preço internacional do leite. Nos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), a tonelada do leite em pó chegou a ser vendida em julho por US$ 2,062.00, preço muito abaixo da média, segundo analistas.
Isso favoreceu a importação de leite da Argentina e do Uruguai. “Importamos o equivalente a 8% da nossa captação de leite no ano que passou”, explica Glauco Rodrigues Carvalho, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite.
Em dezembro, o leilão da GDT já estava pagando pela tonelada do leite em pó US$ 3,568. A expectativa de Carvalho é que essa seja a média dos preços internacionais ao longo de 2017, reduzindo a competitividade das importações, possibilitando uma recuperação da produção doméstica.
Outro fator que prejudicou o setor foi a quebra de safra do milho. Enquanto a safra do grão em 2014/2015 foi de 84,3 milhões de toneladas, no período de 2015/2016 houve uma queda de 21% (66,5 milhões de toneladas). Isso encareceu a alimentação concentrada do rebanho, aumentando os custos para o produtor.
“Vivemos fatos extremos em 2016, o que demonstrou a desorganização e a fragilidade da cadeia produtiva do leite no Brasil”, argumenta Carvalho. O reflexo dessa fragilidade se deu, principalmente, nos preços pagos ao produtor. O ano começou com preços muito baixos, com o pecuarista recebendo R$ 1,06/litro. A média do primeiro semestre ficou abaixo de R$ 1,20.
A consequência foi a queda da atividade industrial, com as indústrias chegando a conviver com uma capacidade ociosa em torno de 40%. Para ampliar a captação do produto, a reação foi aumentar os preços, cuja média no segundo semestre foi de R$ 1,49/litro.