Sistema FAEC/SENAR/SINRURAL

I SEMINÁRIO DA CAJUCULTURA DO NORDESTE: FAEC APRESENTA DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAJU NO CEARÁ

O  Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Flavio Saboya, um dos  apoiadores do I Seminário da Cajucultura do Nordeste  apresentou durante a abertura do evento, ocorrido  dia 14, no auditório da FIEC,  um  diagnóstico da cadeia produtiva do caju no Ceará . Segundo Saboya, há vários anos, a FAEC vem sendo demandada   pelo setor produtivo da cajucultura por ações que visem a sua revitalização. Ele lembrou que  em agosto de 2017 promoveu um grande encontro com produtores, industriais e a Embrapa Agroindústria Tropical , para discutir o tema durante uma reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-AGROPACTO.  Desde o inicio deste ano, a FAEC mobilizou os setores produtivo e industrial para apresentar novas sugestões que estão sedo discutidas neste Seminário, com a presença de representantes dos Estados do Nordeste produtores de caju.

Conforme disse o Presidente da FAEC, o  Brasil já produziu cerca de 300 mil toneladas da castanha e hoje produz  menos de 100 mil toneladas. Já fomos o 2º maior produtor mundial e hoje somos o 7º participando com apenas 3% da produção; A baixa produtividade das lavouras tem preocupado o setor. Enquanto a produtividade média brasileira é menor de 200kg/hectare, a média mundial é de 1.200kg/hectare; Esses e outros fatores têm reduzido o número de indústrias ligadas à cajucultura.

Segundo Saboya, no passado eram 20 grandes indústrias, hoje se resumem a cinco, em função da pequena oferta de castanha, no decorrer desses últimos anos, levando à importação de outros países. Destacou também, a área plantada com caju, só no Ceará, estimada no  passado em 150 mil hectares, hoje tem baixíssima produtividade por envelhecimento dos plantios e a falta de renovação dos pomares. A cajucultura nacional merece apoio e reconhecimento do governo brasileiro, devido a sua enorme importância socioeconômica, sobretudo nos estados do  Nordeste, onde está concentrada a maior área de cultivo do cajueiro.

Para o Presidente da Federação  essa situação tem que mudar. O potencial da cajucultura no Nordeste é enorme, pois as condições climáticas são apropriadas à cultura e a aplicação das tecnologias disponibilizadas pela Embrapa permitirá uma acentuada elevação da produtividade nordestina.

ESFORÇO CONJUNTO  

Diante deste cenário de declínio da cajucultura  Flavio Saboya  disse que surgiu   a necessidade de um esforço conjunto dos estados nordestinos, no sentido de mudar o atual quadro. Além disso, a Comissão de Política Agrícola e a Comissão de Desenvolvimento da Região Nordeste da CNA têm atuado fortemente para aperfeiçoar os instrumentos de gestão de risco e de crédito agrícola, de forma que atendas às necessidades dos produtores rurais.

É importante que estejamos unidos, tanto as instituições públicas quanto privadas, para discutir alternativas ao desenvolvimento da cajucultura e para a competitividade dessa atividade. Por outro lado, é também, extremamente louvável e oportuna, a iniciativa da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara Federal, de autoria do Deputado Raimundo Gomes de Matos, em promover este Seminário com o fim específico de debater e construir propostas voltadas à revitalização da produção nacional do caju. Chegando, assim, em boa hora, com uma programação bem consistente para a sua finalidade.

Acreditamos que esse Seminário será um divisor de águas para essa cadeia produtiva. As propostas resultantes dos debates, certamente, permitirão que o setor lute por políticas públicas e busquem atuar em iniciativas que possam reerguer a cajucultura do Brasil.

O Sistema CNA/SENAR/ICNA, as Federações de Agricultura e Pecuária do Nordeste do Nordeste e a Comissão de Desenvolvimento da Região Nordeste da CNA estão à disposição para contribuir com este debate e com os encaminhamentos à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara Federal.

 EMBRAPA NO DEBATE NO AGROPACTO  

Apesar da regressão na produção e produtividade o  caju é um grande negócio, desde que sejam estabelecidas com políticas focadas na cadeia como um todo para incorporação do diferencial tecnológico brasileiro, integração  de produção e processamento e aproveitamento integral do caju. Esta foi a conclusão da apresentação feita no dia 22 de agosto de 2017, na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense -Agropacto, pelo chefe adjunto da Embrapa Agroindústria Tropical,  Gustavo Adolfo Pinto.

Em sua palestra, Gustavo Pinto da EMBRAPA Agroindústria Tropical, com sede em Fortaleza,  lançou  os maiores  desafios dentro do cenário da cajucultura no Ceará, entre eles citou:  a ampliação  da base técnico-científica, incorporação de tecnologias desenvolvidas para o campo, substituição extensiva do cajueiro comum gigante pelo cajueiro anão, capacitação técnica, integração  do setor de produção as diferentes indústrias e  aproveitamento integral do caju ( castanha e pedúnculo).

Temos um novo patamar tecnológico,  o que precisa é  implantar uma estrutura para fazermos uma cajucultura moderna e competitiva , o homem ter a consciência de que precisa aprender  mais e mudar , disse o chefe da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas de Sousa, indicando que  é preciso no mínimo,  dobrar a produção, o primeiro clone de cajueiro foi lançado pela EPACE em 1983, com a tecnologia do cajueiro anão precoce, hoje  75 % do cajueiro do estado ainda é dentro do mato, extrativo.

Esse é o tamanho do nosso desafio, a mudança de paradigmas  do homem tem que ocorrer, cajucultura  é castanha, é  pedúnculos, é suco, é qualidade, visando a competitividade da cadeia produtiva, ressaltou.  Na visão da Embrapa Agroindústria Tropical  para 2037, a  política do  caju para funcionar precisa ser discutida como cadeia produtiva, temos que aumentar a produtividade , aplicar a   tecnologia desenvolvida pela Embrapa, é possível  hoje produzir  mil quilos em sequeiro e três mil quilos em áreas irrigadas. Produzir aproximadamente 500.000 toneladas de castanha, aumentar o rendimento do caju/castanha para 28%, participar 5% no  mercado mundial de amêndoas, produzir suco clarificado, desaromatizadas, concentrado de caju,  hambúrguer de caju. Além disso o caju  poder ser utilizado como potente  oxidante.

 A POSIÇÃO  DA INDÚSTRIA

Segundo Aldelito Oliveira, representante do Sindicato   das indústrias de castanha de caju do Ceará, hoje funcionam no Estado quatro(4) empresas e cinco(5)  indústrias:  Cione, Usibras,Resibras e Amêndoas do Brasil –  com capacidade de produção de 120 t0n /ano,   produzindo  em torno de 70 mil ton, sendo que 50% é importado da África. Na opinião do representante da indústria do Ceará, Adeliro Nogueira temos hoje pomares consolidados em torno de 400 mil hectares e no Brasil 700 mil hectares, sendo a maior área plantada do mundo,  embora não sejamos os maiores produtores  temos tecnologia gerada pela Embrapa, o que está faltando é  investimento público e privado. Segundo ele, as  indústrias que estão sobrevivendo hoje é com a produção  outros países, considerando que é possível reverter essa situação sendo  importante a formação da Frente Parlamentar   do Nordeste,  a indústria dará  apoio, ressaltou .

FRENTE PARLAMENTAR

Estiveram presentes no Agropacto Caravanas de  Produtores, Beberibe, Ocara, Horizonte,Tejussuoca, Morada Nova, Morrinhos, Aracati,  Paracuru, Marco, secretários de agricultura de vários municípios,  presidentes de sindicatos  dos produtores rurais de Moriinhos, Ibaretama, Horizonte, Morada Nova, Viçosa do Ceará  e  Caucaia, representantes da SDA , BNB, BB, SEBRAE, ADECE,EMATERCE CONAB, participaram da reunião promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará,-FAEC,  com a participação dos deputados federais Raimundo Gomes de Matos  e do estadual, Manoel Duca da Silveira.

O deputado Raimundio Gomes de Matos presente ao Agropacto daquele dia  sugeriu a  formação dentro da Frente Parlamentar da Agricultura na Câmara Federal   de uma Subcomissão permanente da agricultura sustentável, com nove deputados, el Segundo o parlamentar , esses dois instrumentos são necessários, para formatar  a política nacional do segmento da cajucultura.

Já o deputado estadual  Manoel  Duca da  Silveira, disse que já existe a subcomissao do caju na Assembleia Legislativa do Estado , mas que precisa de apoio técnico para desenvolver os trabalhos, inclusive fazer seminários em regiões do estado, estamos apostos para ajudar no que for preciso , disse ele.No Baixo  Acaraú, ele disse que este ano há uma perspectiva de boa produção de caju ,pois ocorreram algumas chuvas nos pomares, inclusive  algumas fabriquetas de suco de caju que  poderão ser ampliadas. Lamentou que Bela Cruz que tem uma indústria de caju , ficou de fora da área do semiárido, informando que o Ceará já teve  mais de 20 indústrias  e hoje apenas cinco  funcionam.

 

Contatos Flavio Saboya. -9921390613

Assessoria de Imprensa