Na visão da engenheira de energias, Ana Paula Silva a energia eólica apesar de seu ofertada em abundância no Ceará, ainda é uma opção que não oferece muita vantagem ao produtor rural , porque ele não se encaixa na classificação de mini e micro geração de energia pela Agência Reguladora de Energia- ANEL, e por isso ele deve levar em consideração diversas formas de geração de energia acompanhado de um estudo de viabilidade econômica. Ela citou outras formas de geração de energia renovável como a solar, térmica e fotovoltaica e a energia de biomassa, que são mais atrativas para o agronegócio. Destas, a solar fotovoltaica e a mais viável para micro geração (até 75kw) e mini-geração (de 75 até 5 MW), a partir desse limite a energia só pode ser negociada nos leilões.
Ana Paula esteve hoje, 20, na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-FAEC, palestrando sobre fontes de energias renováveis , na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-AGROPACTO. O mercado de energias renováveis atualmente representa 47,3% da matriz energética brasileira e combinado ao uso racional e eficiente de energia, poderá suprir metade da demanda energética mundial em 2050 e reduzir as emissores globais de gases de efeito estufa do setor energético em até 50%. O potencial eólico do Brasil é superior a 500 GW e atualmente, temos 12 GW instalados, disse ela em sua apresentação.
Segundo ela, a energia renovável pode ser utilizada em diversos ciclos, vai depender da necessidade e da produção do produtor, ressaltou.
Em termos de recurso de energia eólica, o Ceará é um dos melhores do país, concentrando maior capacidade de geração na serra e litoral. Segundo Ana Paula, a maioria dos empreendimentos agrícolas de pequeno porte se situam na microgeração, podendo assim ser feito um investimento de forma mais simplificada através da energia solar financiado por programas como o Pronaf e FNE. Citou como exemplo a instalação de uma bateria de energia solar numa fazenda de porte médio, onde a tarifa rural de energia elétrica é de 35 centavos por quilowatts, quando se investe em energia solar, a média é de 13 centavos/quilowatts. Normalmente o agricultor tem duas contas de energia: o do irrigante e o de energia fotovoltálica. A taxa de retorno para investidores na área rural é de 8 anos, e para a área urbana e de cerca de 4 anos. A vantagem real maior é para quem utiliza a energia para irrigação, em torno de 99% de economia.
A gestora de agronegócio do BNB, Geânia Gomes presente à reunião disse que o FNE Sol e o FNE Verde, financiam até 100% do investimento em energia solar.Além disso, ela destacou as taxas de juros para investimento pelo FNE que são muito convidativas. O gestor de agronegócio Banco do Brasil Antônio Gomes, informou também que a energia eólica é hoje uma política de desenvolvimento de governo e que o banco tem linhas de crédito especiais para os produtores rurais.
UNIDADE DEMONSTRATIVA EM IBARETAMA
O presidente da FAEC, Flávio Saboya destacou na ocasião que a Federação em parceria com o Sindicato dos produtores de Ibaretama e o Banco do Nordeste, instalou uma unidade demonstrativa com captação d’Água a base de energia solar, utilizando água de um poço profundo na Fazenda Triunfo, onde a CNA e a EMBRAPA estão desenvolvendo duas frentes de pesquisa: o Projeto Biomas Caatinga e o Projeto de Forrageiras do Semiárido. Ele anunciou que em breve, a Federação deverá promover um dia de campo para mostrar essa tecnologia e os dois projetos em execução .
O italiano Daniel Gallarati, da empresa Sunpa.Sa que trabalha com energia renovável há 8 anos no Ceará, disse que o Brasil tem biomassa de sobra mas utiliza muito pouco, porque falta projeto de concretização entre agricultor, engenharia e o governo do Estado aplicando uma legislação ambiental adequada, abrindo dessa forma o mercado e atraindo novos projetos de energias sustentáveis. No caso da energia eólica, o grande problema é o custo de importação ou seja, o imposto em cima dos produtos, já que são fabricados hoje somente na Europa. Uma solução seria baixar os custos e os bancos agilizarem a aprovação dos projetos, com juros adequados, disse o empresário italiano.
Na Itália já instalamos 340 megas, aqui no Brasil instalamos 23 megas de energia solar somente para o Grupo Pague Menos, a Jandaia Sucos do Brasil já utiliza 750 metas. A cidade de Martinópole , capta energia solar para um clube social e em Sobral, uma fábrica de gelo.Segundo ele, o Brasil tem um grande potencial de resíduos sólidos com fins energéticos, que ainda não estão sendo explorados , principalmente na parte orgânica para produção de energia ou fertilizante para a agricultura. O grande gargalo é a educação do cidadão que precisa ser informado e as cidades que precisam se preparar para receber o produto reciclado.
DOUTORES DO SERTÃO
Elder Aguiar, presidente do Sindicato Rural de Moraújo enfatizou que as tecnologias que o homem do campo desenvolve hoje ainda são muito atrasadas, “essa palestra sobre energias renováveis representa uma tecnologia que alavancaria bastante nossa atividade pensando nisso, idealizamos o programa “Doutores do Sertão”, que visa exatamente levar novas tecnologias ao campo através dos estudantes doS Institutos Federais de Educação. Elder Aguiar sugeriu que os bancos fizessem a renúncia fiscal apoiando essa proposta, alavancando essas tecnologias no meio rural, na visão, através do Programa de Assistência Técnica e Gerencial do SENAR – Ateg – essas tecnologias também poderiam ser difundidas pelo SENAR que tem uma missão de ensinar fazer fazendo, e os bancos teriam mais condições, inclusive de fiscalizar a atuação.
Contatos : Energeprix- Ana Paula do Nascimento Silva – 55-999106691
SunPA. SA – ENRGy Solutions – DANIEL Gallarati- 9-8948-9452
Engenheira de energias, Ana Paula Silva, Enerprix -soluções em energias renováveis