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PECNORDESTE: PRESIDENTE DA FAEC DESTACA FRAGILIDADES DA PECUÁRIA E VOLTA A SUGERIR UM PROGRAMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR ANIMAL

Durante a abertura do 22º Seminário Nordestino de Pecuária-PECNORDESTE, hoje, 5, no Centro de Eventos do Ceará, o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará- FAEC, Flávio Viriato de Saboya Neto, propôs novamente” a criação de um PROGRAMA DE SEGURANÇA ESTRATÉGICA ALIMENTAR ANIMAL, que de certo, marcará o início de um novo tempo para a pecuária cearense e um exemplo para todo o Nordeste brasileiro”.

Segundo Saboya já no decorrer da seca de 2015, a FAEC tomou a iniciativa de estimular a produção intensiva de forragem de milho em áreas irrigadas, armazenadas sob a forma de silagem, que atendeu à época, as necessidades alimentares dos rebanhos. Com isso, foi criada a profissionalização da produção especializada de forragem, com o apoio de financiamento do BNB, cujo produto seria comercializado, em forma de silagem, para pequenos e médios criadores.

Para ele, o momento agora não é apenas de comemoração pelas boas chuvas e boa produção, mas, principalmente, de avaliação e conscientização das fragilidades que submetem o agronegócio nordestino a tamanha instabilidade, que nos impede consolidar a atividade com sustentabilidade, notadamente, em anos de coexistência dos negócios rurais com as intempéries climáticas.

Exemplificando o Ceará, Saboya disse que as atividades pecuárias praticadas no semiárido cearense, em quase todos os municípios respondem por 52% do Valor Bruto da Produção – VBP da agropecuária, onde, somente as atividades da bovinocultura de leite e a ovinocaprinocultura contribuem com, aproximadamente, 49%, daquele valor, absorvendo, ainda, 19% da mão de obra rural. Neste contexto, mesmo sendo o principal fator de fixação do homem no campo, a pecuária não recebeu, ainda, a atenção devida do Estado, com uma política permanente de modernização e sustentabilidade.

Analisando as fragilidades já mencionadas, foi que a FAEC entendeu por oportuno destacar, neste PECNORDESTE, o tema Gestão e Mercado: O caminho para o fortalecimento da Pecuária Nordestina. Pois entendemos ser impossível imaginar que hoje se possa praticar a atividade pecuária de forma empírica, principalmente quanto à gestão, e sobreviver diante de um mercado cada dia mais competitivo, seja com relação a preços quanto à qualidade dos produtos. Num primeiro olhar sobre a nossa pecuária evidencia-se a deficiência alimentar dos rebanhos, notadamente nos rebanhos bovino, caprino e ovino, maiores demandadores por forragem, que os anos de secas conduzem ao esfacelamento das atividades, principalmente, em decorrência dos criadores não terem o hábito de dispor de Reserva Alimentar Animal, nas suas propriedades, para o enfrentamento aos períodos de secas, ressalta.

Isto posto, evidencia-se que a ausência de uma política governamental, especificamente para a correção dessa realidade leva, ciclicamente, nas secas, a redução drástica das rendas dos criadores, gerando endividamentos e até a liquidação dos negócios.Com a clareza que se nos apresenta esta realidade é que peço permissão para abordar a questão da sustentabilidade alimentar dos rebanhos. É impensável desenvolver qualquer atividade pecuária em uma região sujeita à secas periódicas, sem pensar na reserva estratégica alimentar para os animais.

Já no decorrer da seca de 2015, tomamos a iniciativa de estimular a produção intensiva de forragem de milho em áreas irrigadas, armazenadas sob a forma de silagem, que atendeu à época, as necessidades alimentares dos rebanhos. Com isso, foi criada a profissionalização da produção especializada de forragem, com o apoio de financiamento do BNB, cujo produto seria comercializado, em forma de silagem, para pequenos e médios criadores.

Num primeiro olhar sobre a nossa pecuária evidencia-se a deficiência alimentar dos rebanhos, notadamente nos rebanhos bovino, caprino e ovino, maiores demandadores por forragem, já que os anos de secas conduzem ao esfacelamento das atividades, principalmente, em decorrência dos criadores não terem o hábito de dispor de Reserva Alimentar Animal, nas suas propriedades, para o enfrentamento aos períodos de secas. Isto posto, evidencia-se que a ausência de uma política governamental, especificamente para a correção dessa realidade leva, ciclicamente, nas secas, a redução drástica das rendas dos criadores, gerando endividamentos e até a liquidação dos negócios, disse Flávio Saboya.

Flávio Saboya também é favorável à criação do Seguro-Seca, ideia que vem defendendo também em todos os fóruns de discussão que tem participado. Neste sentido, já se encontra em andamento, discussão da FAEC, junto à CNA e companhias nacionais e internacionais de seguro agropecuário para formatação das bases legais, técnicas, financeiras e operacionais, com vistas à criação de um seguro de garantia forragem para o atendimento da demanda do rebanho bovino leiteiro nos períodos de estiagem no Ceará. Essa forragem que atenderia a demanda desses produtores que fizeram o seguro e que, por um motivo ou outro, não produziram a forragem suficiente na estação chuvosa, seria produzida pelos produtores comerciais de forragem.

Essa forragem que atenderia a demanda desses produtores que fizeram o seguro e que, por um motivo ou outro, não produziram a forragem suficiente na estação chuvosa, seria produzida pelos produtores comerciais de forragem do projeto Pasto Verde II e ofertada aos produtores através de contrato com a seguradora.

CONVÊNIO BNB 

Na ocasião, a CNA, o Banco do Nordeste e o SENAR, assinaram um acordo de cooperação com o objetivo de disciplinar ações integradas a serem implementavas pelos partícipes a fim de expandir é melhor qualificar o atendimento aos produtores rurais, por meio-médio acesso, a assistência técnica e gerencial e o acompanhamento de seus empreendimentos.

HOMENAGEM AO PRESIDENTE DA CNA 

O presidente da CNA, João Martins da Silva Junior, foi homenageado com a entrega de uma placa em reconhecimento a sua iniciativa de lançar o Programa Forrageiras do Semiárido, que comemora um ano de execução. A homenagem foi entregue ao Presidente da Comissão de Desenvolvimento da Região Nordeste, Pio Guerra, que é o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco.

O QUE É O PROGRAMA 

A iniciativa busca pesquisar e desenvolver espécies de forrageiras, leguminosas e palmas e outras variedades adaptadas à seca do Semiárido brasileiro para garantir a alimentação dos rebanhos e a competitividade da pecuária regional.

O programa terá 12 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) em 12 municípios do Nordeste e norte de Minas Gerais: Baixa Grande e Ipirá (BA); Poço Verde (SE); Batalha (AL); São João (PE); Tenório (PB); Lajes (RN); Ibaretama (CE); São Raimundo Nonato (PI); Fortuna (MA); Montes Claros e Carlos Chagas (MG).

Nestas unidades serão testadas as espécies forrageiras para identificar o nível de produção nos Estados que compõem o Semiárido e selecionar as variedades com maior adaptação. Em maio, a CNA e Embrapa fizeram a capacitação dos técnicos que atuarão nas URTs.

Os trabalhos serão conduzidos pelo Instituto CNA e Embrapa caprinos e Ovinos. O coordenador-geral do projeto é o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya.

O secretário de Agricultura, Aquicultura e Pesca- SEAPA, Euvaldo Bringel, sugeriu a transformação da energia elétrica em energia solar, usar as águas do São Francisco para irrigação,

PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO E SEGURANÇA ALIMENTAR ANIMAL DO CEARÁ

Por solicitação da FAEC, a Agência de Desenvolvimento do Estado- ADECE fez um estudo sobre  Programa de Alimentação e Segurança Alimentar Animal do Ceará.  O conceito de segurança alimentar animal do rebanho leiteiro do Ceará, se traduz pela realização de ações estratégicas e operacionais, através de uma espécie rede de proteção biológica aos animais e econômica aos produtores, onde por um lado, os criadores e profissionais especializados produzam forragem nos períodos de maior potencialidade, armazenando-a para o uso no período de escassez, proporcionado maior segurança econômica e financeira.

O documento diz por outro lado, que cabe ao governo, responsável por fomentar o desenvolvimento agropecuário, proporcionar os meios adequados para que os produtores possam produzir e provisionar a forragem que necessitam para essa segurança alimentar animal. Diante o fenômeno das secas no Semiárido, existe uma experiência exitosa de proteção social – o programa Garantia Safra – dirigido aos agricultores familiares, atualmente em funcionamento no Nordeste, que, através de um seguro compartilhado entre produtores, governos municipal, estadual e federal, para cobertura dos seus custos, pelo qual, oferece uma renda mínima para a segurança alimentar humana. Projeto similar poder-se-ia ser formulado para atender a segurança alimentar animal.

Na prática, diante o pouco hábito dos criadores em produzirem forragem como reserva estratégica para fornecimento no período seco e, pela necessidade imperativa de se fazer o provisionamento dessa reserva de alimento, recomenda-se a implantação e monitoramento de um programa de segurança alimentar animal para o rebanho leiteiro, com atuação, de pelo menos, um período de 10 anos. Cremos que esse tempo seja necessário para sedimentar as experiências e os resultados operacionais do programa, com vistas à convivência produtiva com as estiagens (seca) que, em cada década, vem se repetindo, em torno de 30 %.

Corroborando com essa afirmação, constata-se, conforme dados do IBGE e FUNCEME, que, nos últimos 61 anos, no Ceará, ocorreram 21 anos com invernos normais, 19 anos chuvosos (chuvas acima do normal) e 21 anos de seca. Considerou-se nesta série, ano de seca, com chuvas entre 230,2 a 501,8 mm (milímetros); inverno normal com chuvas de 501,9 a 703 mm; e ano chuvoso, entre 704 a 1.211,4 mm. Neste período, as maiores secas seguidas ocorreram entre 79 a 83 (cinco anos) e, as de 53 e 54 além de 92 e 93. Os invernos normais ocorreram em três anos seguidos (entre 76 a 78) e depois nos anos: 55-56, 59-60, 99-2000, 2003-2004, e 2006-2007. Bons invernos, por três anos seguidos ocorreram de 63 a 65 e entre 73 a 75. (do Artigo de Francisco Zuza de Oliveira – Milkpoint – 02/2013).

Para compor o programa de segurança alimentar do rebanho leiteiro do Ceará, recomenda-se a implantação e operacionalização dos seguintes projetos de produção de forragem, bem como de mecanismos contratuais, a exemplo de seguro, que garantam aos criadores com dificuldade de produção de forragem ao nível de propriedade, dispor de forragem nos períodos de seca:

1-Programa de Palma Forrageira

O projeto Palma Forrageira será implantado com o uso da tecnologia do cultivo adensado e, prioritariamente, irrigado, nos municípios com maior produção leiteira e consistirá em duas etapas de implantação. A primeira, com a instalação de 50 Unidades de Produção de Mudas de Palma – UPM Palma, resistente a cochonilha do carmim, em parceria com as associações de pequenos produtores que, durante cinco anos, produzirão 75 milhões de mudas. Há recursos financeiros assegurados pelo governo do estado e seus parceiros para a implantação do projeto.

2- Produção de feno de pastagem nativa.

O projeto de incentivo à produção de feno de espécies forrageiras nativas ao nível de propriedade dos agricultores familiares visa criar o hábito no provisionamento de forragem como reserva estratégica a um baixo custo. Cada produtor poderá produzir até 500 fardos de feno por período chuvoso, tendo 50 % de subsidio pelo do governo estadual no custo de produção. Este é um projeto de fomento governamental coordenado e executado por instituições pública.

3- Oferta de grãos para o rebanho na seca

Aquisição pelos governos federal e estadual e venda subsidiada aos criadores, em regime emergencial, de milho grão e caroço de algodão para atender 50% das fêmeas bovinas no período de estiagem (12 meses):

4-Seguro Alimentar Animal

Mecanismos para assegurar forragem aos rebanhos nos períodos de seca. Seguindo a lógica da experiência exitosa do Garantia Safra, com as devidas adaptações, sugere-se que, com o apoio de especialista, seja estudada a concepção, implantação e operacionalização de um projeto – Seguro Garantia Forragem – para atender a demanda alimentar do gado leiteiro nos períodos de estiagem.

NOVE ESTADOS DO NORDESTE NO  PECNORDESTE 

A solenidade de abertura aconteceu  às 9 horas, com a presença da vice-governadora Isolda Cela, dos secretários de Agricultura ,Aquicultura e Pesca, SEAPA, Euvaldo Brin prefeito de General Sampaio, representando o  Diretor de planejamento  BNB, , Perputup Cajazeiras, Conselheiro da Fiec, Carlos Prado, presidente da OCB, João Nicedio , Diretor tecnico da EMATERCE, Itamar Lemos, coordenador geral, Sergio Oliveira da Silva, presidente do Sindicato Rural de Limoeiro do Norte, Luis Mendes ! Chefe geral da EMBRAPA Caprinos, Marco Aurélio Bonfin.

O evento contou com a presença dos presidentes de Federações de Agricultura e Pecuária  de Alagoas -FAEAL,  Álvaro Arthur de Almeida,  da Bahia – FAEB,  Humberto Miranda ,  do Maranhão – FAEMA, Hilton Coelho ,  da Paraíba – FAEPA-,Mário Borba, de Pernambuco – FAEPE-Pio Guerra Júnior, do Piauí – FAEPI -Sérgio Bortolozzo, do Rio Grande do Norte – FAERN-César  Augusto Martins, do Diretor: Ubirajara de Araújo e  Assessor: Rodrigo Diniz; de Sergipe – FAESE- Ivan Apóstolo Sobral. O secretário executivo do Instituto CNA, André Sanches e o Superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucki também participaram da solenidade.

Os superintendentes das Administrações Regionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-SENAR, dos Estados do Ceará, Sérgio Oliveira da Silva, de Alagoas- Luiz Fernando Dória; do Maranhão, Antônio Luís de Figueiredo; da Paraíba, Sérgio Ricardo Martins; de Pernambuco, Adriano Moraes; do Piauí, Paulo Emílio Monteiro; do Rio Grande do Norte, Luiz Henrique Paiva e de Sergipe, Dênio Santos. Além desta representação, o evento conta com a participação de 10 técnicos de vários estados do Nordeste e Norte de Minas Gerais, onde estão sendo desenvolvidas  as pesquisas  do Programa Forrageiras do Semiárido.

SOBRE O PECNORDESTE 

GESTÃO E MERCADO: O CAMINHO PARA O FORTALECIMENTO DA PECUÁRIA NORDESTINA, é o tema do  XXII Seminário Nordestino de Pecuária – PECNORDESTE, que se realiza de 5 a 7 de julho, no Centro de Eventos do Ceará, Pavilhão Leste. Conta com a participação de 9 segmentos do agronegócio cearense:  apicultura, aquicultura e pesca, artesanato, avicultura, bovinocultura, caprinovinocultura, equinocultura, suinocultura e turismo rural. O evento é uma promoção e realização do Sistema FAEC/SENAR/ CNA, SEBRAE-CE e Sindicatos Rurais com o apoio de diversas associações de produtores e parceiros como o Banco do Nordeste do Brasil, FIEC, Governo do Estado e ADECE-Agência  de Desenvolvimento do Estado.

Na ocasião ocorreu a entrega da Medalha do Mérito Rural Prisco Bezerra a três personalidades, escolhidas pela Diretoria Plena da FAEC, pelo SENAR e pela CNA nas categorias política e administração pública: o Deputado Federal pelo Piauí , Júlio César de Carvalho Lima, coordenador da bancada nordestina, ex-presidente da Comissão de Agricultura, que lutou pela aprovação da Lei de renegociação das Dívidas Rurais;  na categoria Científica, Tecnológica  ou de Ensino, o médico veterinário  da Agência de Defesa Agropecuária ADAGRI , Joaquim Sampaio Barros  coordenador  estadual do Programa de prevenção e  erradicação da febre aftosa desde 2001e, na  categoria  produtor rural e ou liderança classista, José Pinto de Albuquerque, fundador e ex-presidente do Sindicato Rural de Coreaú, representou a FAEC  na Zona Norte do Estado como Vice Presidente Regional por duas gestões sequenciais e  ocupou o cargo de Conselheiro Fiscal da entidade.

Em seguida, houve uma visita ao pavilhão da Feira de Produtos e Serviços Agropecuários, ao ShowRoom de Tecnologias Agropecuárias, e a Expopec-Exposição de Animais representando os seis segmentos pecuários adaptados ao semiárido: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos e aves. Estão previstas 82 palestras técnicas, mesas redondas, painéis, seminários.

A palestra magna com o tema Gestão e Mercado: o Caminho para o Fortalecimento  da pecuária nordestina, foi ministrada às 14 h, no auditório principal, pelo  Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, economista pela UJF, com mestrado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa-UFV e Doutorado em Economia Aplicada pela USP.

A expectativa do coordenador geral, Sérgio Oliveira da Silva é receber durante os três dias do Seminário,100 caravanas de produtores, 35 mil visitantes e 4.500 inscritos entre técnicos, produtores, micro e pequenos empresários e profissionais liberais, estudantes, médicos veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas, técnicos agrícolas e pesquisadores.

CARAVANAS DO CEARÁ E DO PIAUÍ

Todos presidentes de Federações do Estado do Ceará e 22 presidentes de Federação do Estado do Piauí estiveram presentes para prestigiar a homenagem ao Deputado Federal Júlio César de Carvalho Lima.