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CEARÁ TERÁ UNIDADE DE REFERÊNCIA TECNOLÓGICA DE MATERIAIS FORRAGEIROS

O Estado do Ceará será um dos  estados do Nordeste a receber uma das 11  Unidades de referência tecnológica com materiais  forrageiros como potencial de tolerância à seca só semiárido brasileiro da EMBRAPA. O anúncio foi feito pelo Presidente da Federação da Agricultura  e Pecuária  do Estado do Ceará, Flávio Viriato de Saboya Neto que participou na última terça-feira,21, de uma reunião da SUDENE, em Recife, quando foi discutido e aprovada a implantação das referidas  unidades. Saboya foi à reunião  a convite do presidente  da CNA, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil,  João Martins da Silva.

Segundo o Presidente da FAEC, a unidade do Ceará ficará localizada  no município  de Ibaretama,onde  já existe uma  unidade de pesquisa com o projeto Bioma Caatinga, desenvolvido em parceria com a Embrapa e a CNA desde 2015.

O objetivo da Unidade de Referência Tecnológica com materiais forrageiros é avaliar a adaptação dos melhores materiais forrageiros como potencial de tolerância à seca do semiárido brasileiro; desenvolver e validar aplicativo e ferramenta  da web para orçamento forrageiro; desenvolvimento e operacionalizar o portal MaisForragem como estratégia de comunicação  e transferência de tecnologia; recomendação de novos materiais forrageiros resistentes à seca do semiárido brasileiro.

Justificativa

Segundo a EMBRAPA nos últimos cinco anos, uma grande parte do semiárido brasileiro está sendo acometida por forte estiagem. Desde seu início, em meados de 2011, esse longo período de estiagem vem provocando prejuízos sociais e econômicos incalculáveis e que já é considerada a pior seca dos últimos 100 anos.

O sistema produtivo nordestino foi fortemente prejudicado, inviabilizando-se a agricu!tura em quase toda a região e tornando a pecuária a principal fonte de renda para produtores. O cenário para a grande maioria dos produtores rurais nordestinos é bastante preocupante, tendo em vista a previsão climática abaixo da normal (até meados de 2016) influenciada pela continuidade dos efeitos do El Niõo e a situação baixa dos reservatórios dos Estados da Região Nordeste, em especial os do Ceará, Pernambuco, Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Uma vez que muitos produtores não estão tendo como quitar financiamentos bancários adquiridos em anos anteriores em função das sucessivas frustações de safras, perda de rebanhos, escassez hídrica e da problemática do abastecimento do milho na região (principalmente pelo falta e preços elevados) para fornecimento aos animais, os prejuízos daqueles que permaneceram na atividade dificilmente serão recuperados em curto espaço de tempo.

As gramíneas do gênero Cenchrus e Urochloa estão entre as mais adaptadas a persistirem nesses ambientes, sendo as mais cultivadas nas regiões de mais baixas precipitações. A oferta de sementes de qualidade é um desafio e pouco material apresenta certificação. A Embrapa tem mobilizado equipes de duas unidades (CNPC-CE e CPATSA-PE), no sentido de realizar trabalhos que visem promover a certificação de materiais analisados no passado e ofertar novos materiais dentro de um processo que contemple a estratégia da produção de sementes.

Recentemente gramíneas do gênero Panicum tem se apresentado como opção por suas características de tolerância à seca, alta produção de sementes que garantem a ressemeadura natural e melhor valor nutritivo pela quantidade de folhas presentes nessas plantas. Além disso, é possível obter sementes de qualidade e certificadas.

Em termos de leguminosas, as de porte arbustivo-arbóreo são as mais recomendadas, com destaque para a conhecida leucena e a gliricidia, por apresentarem persistência maior e poderem ter seu uso associado ao pastejo direto e ainda a possibilidade de cortes para a produção de fenos e silagens.