Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará

Governo lança campanha para engajar população no uso consciente da água

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Governo lança campanha para engajar população no uso consciente da água

 

 

A série histórica de chuvas no Ceará mostra que não são raros os anos em que as precipitações registradas no Estado ficam abaixo da média anual (faixa entre 670 e 930 milímetros, com valor central em 800mm). Casos assim são conhecidos como ano seco ou ano de estiagem. Entretanto, períodos prolongados com cinco anos de chuvas abaixo da média, como o que vivemos atualmente, são menos frequentes.

Levantamento realizado pelo meteorologista David Ferran, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostra que, entre 1910 e 2016 somente em duas ocasiões o Ceará teve cinco anos consecutivos de Seca: de 1979 a 1983 e de 2012 a 2016. Além disso, os dados comprovam que o período atual de estiagem é o pior já registrado, pois a média de anual desta seca é de apenas 516mm, enquanto a média anual de 1979 a 1983 foi de 566mm. Ou seja, vivemos a seca mais grave desde 1910.

 

 

“Não há como comprovar, mas talvez as razões de haver médias pluviométricas menores nos eventos mais recentes de estiagem sejam o aquecimento global e as mudanças climáticas”, afirma Ferran. Ele lembra que não há registros de seis anos consecutivos de seca no Ceará e adverte que a Funceme ainda não tem previsão para 2017, pois a projeção de condições de neutralidade na temperatura de superfície do Oceano Pacífico Equatorial torna difícil um prognóstico precoce. “Deveremos divulgar somente em janeiro a previsão da quadra chuvosa do ano que vem. Além da projeção de Pacífico com Neutralidade, ainda é cedo para analisarmos o Oceano Atlântico”.

Todos pela Água

Dos vários setores impactados com a seca prolongada, o de recursos hídricos é sem duvidas o que mais precisa de atenção. O Ceará tem, em 12 de setembro de 2016, somente 9,6% de água disponível nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).  A situação é mais grave do que pode parecer, pois este nível de água deve baixar até dezembro, já que no segundo semestre praticamente não chove no Estado.

Se não deverá haver recarga nos açudes até o fim de 2016 e o consumo permanecerá, é hora de todos nós cearenses repensarmos a forma de utilizar água e evitarmos desperdícios. Como forma de promover o engajamento da população para o uso consciente da água o Governo do Estado iniciou a campanha Todos pela Água, com forte apelo de sensibilização para a dificuldade de oferta hídrica.

Além disso, a Campanha Todos pela Água apresenta o Plano de Segurança Hídrica da Região Metropolitana de Fortaleza, instrumento elaborado em parceria com diversos órgãos. As ações do Governo do Estado, em parceria com a Cagece, Cogerh e Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), com apoio da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e Secretaria das Cidades, têm como objetivo reduzir em 20% o consumo de água, com investimentos previstos em R$ 72,1 milhões. São elas:

– Reforço no combate às perdas de água (fraudes e vazamentos);
– Perfuração de novos poços e manutenção dos já existentes em áreas críticas de abastecimento e em equipamentos públicos (saúde, educação e segurança);
– Perfuração de poços no Pecém;
– Aproveitamento do sistema hídrico do Cauípe;
– Aproveitamento do açude Maranguapinho;
– Reúso das águas de lavagem dos filtros da Estação de Tratamento de Água do Gavião;
– Captação pressurizada de água no açude Gavião;
– Reforço no abastecimento de Aquiraz com implantação de adutora de água tratada;
– Revisão da meta da Tarifa de Contingência (aumento da meta de economia de água pela população de 10% para 20%);
– Redução da oferta de água em 20% para indústrias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF);
– Plano de Comunicação.